Lei seca’ busca, também, evitar acidentes e gerar demanda por leitos hospitalares
Ao restringir a venda de bebidas alcoólicas em estabelecimentos comerciais, como recurso para combater o aumento de casos de coronavírus, o gestor público busca estabelecer barreiras para desestimular aglomerações. O objetivo é evitar que o álcool seja o combustível para festas clandestinas, cada vez mais comum nos últimos meses, e a formação de grupos em áreas públicas – ou privadas.
No âmbito dos bares, a restrição cumpre a missão de não atrair pessoas no entorno de mesas e, sem máscaras, facilitar a circulação do vírus. O contato com diversas superfícies (copos, garrafas, mesas, cadeiras, maçanetas…) também aumenta o risco de contágio. Contudo, o aspecto mais importante da ‘lei seca’ está associado à prevenção de acidentes. Álcool e direção respondem por número expressivo de acidentes.
Acidentes de trânsito, quase sempre, causam vítimas que precisam de internamento. Algumas delas, em função da gravidade, exigem leitos de UTI. Este ano, segundo dados da Polícia Militar, 76 motoristas foram flagrados dirigindo sob efeito de álcool e 119 se envolveram em acidentes. Portanto, as restrições à venda de bebidas alcoólicas é convergente com as medidas que buscam preservar leitos para o enfrentamento da pandemia.
Mas para além dos mecanismos legais, como decretos, que estabelecem penalidades a quem desrespeitá-los, está o bom senso, o entendimento que o momento exige cuidados redobrados. Uso de máscara e distanciamento físico. Não há margem segura fora desse protocolo para conter não apenas o aumento de casos, mas o agravamento dos problemas e a necessidade de internamento. É preciso cuidar para não sobrecarregar a capacidade de atendimento dos hospitais.