Nasci em um 24 de dezembro da primeira metade do século passado.
Este é o primeiro aniversário que não comemoro com os amigos mais próximos e diletos nos últimos 56 anos.
No começo, éramos seis ou sete amigos que, sem nada combinado, íamos todo dia 24 de dezembro fazer uma comemoração na Confeitaria Cometa, na Rua XV. Aí atravessávamos a rua e os pariticipantes compravam um livro que, assinado por todos, era meu presente de aniversário.
Como a turma foi aumentando, passamos para o restaurante Pasquale, no Passeio Público.
Em um certo dia 24/12, o Passeio Público estava fechado, pois era segunda-feira. Rodamos, rodamos e rodamos a pé até nos abancarmos no Bar do Alemão, no Largo da Ordem.
O número de convivas foi crescendo ano a ano, até que há uns quinze anos, aproximadamente, começou a passar de cem pessoas. Foi preciso, então, organizar e não mais fazer de maneira espontânea. Passei a comemorar em um almoço no sábado que antecede o dia 24.
Infelizmente, este ano, após 55 anos ininterruptos de comemorações com os amigos, não pude reuni-los. Quero, então, agradecer a todos os que me felicitaram, pelo telefone ou pelas redes sociais, pela passagem de meu aniversário. Muito obrigado por terem dispensado um tempo para me cumprimentar.
Como é meu aniversário, tomo a liberdade de pedir dois presentes a todos: que oremos pelas vidas perdidas para esse inimigo oculto, que é coronavírus, e que redobremos os cuidados neste fim de ano e começo de 2021.
Certamente daqui a um ano estaremos comemorando de uma maneira muito melhor!