Pandemia de Covid-19 impulsiona a criação de espaços e atrações voltados à experiência do usuário
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User Experience ou UX já era usada na área de entretenimento e agora vem sendo aplicada aos serviços de saúde
Supermercados, hospitais, shoppings, empresas e outros empreendimentos precisaram reformular os atendimentos durante o ano de 2020 em função da pandemia de Covid-19. De acordo com o Relatório de Tendências da Arquitetura, Construção e Design para 2021, o período forçado de confinamento aumentou a busca por valorização da decoração, promoção do bem-estar e por espaços multifuncionais, priorizando os protocolos sanitários.
O estudo realizado pela seção de inteligência setorial do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) apontou para os interesses de consumo e ambientação dos consumidores. O mestre em Engenharia Biomédica e PhD em Gestão de Saúde Norton Ricardo Ramos de Mello, da BIOENG Projetos, explica que o resultado do levantamento aponta para o desenvolvimento de ambientes focados na experiência do usuário.
A “user experience”, ou UX, é uma técnica que vem ganhando espaço em sites, aplicativos e outras plataformas. Mas, nos últimos anos, o conceito passou a ser aplicado em outras áreas, principalmente da arquitetura e design. Mello conta que a UX é uma ferramenta que vem sendo cada vez mais usada no desenvolvimento de projetos arquitetônicos. “Com esse recurso conectamos os ambientes às emoções das pessoas, criando experiências positivas para a jornada desses usuários”, explica.
PROTOCOLOS SANITÁRIOS
Devido aos cuidados que os estabelecimentos e eventos devem ter com as questões sanitárias, houve uma reformulação logística e estrutural em grande parte dos ambientes. A necessidade de renovação do ar, distanciamento e diminuição de contato entre as pessoas exigiu que as instalações explorassem outros recursos para captar a atenção ou manter a relação com os consumidores.
Teleatendimento, transmissões ao vivo, eventos online, são alguns dos exemplos de como o mundo vem se adaptando ao momento. A pesquisa global CEO Outlook 2020, realizada pela KPMG, mostrou o ritmo da transformação digital no mundo corporativo em 2020. Em 67% das instituições entrevistadas houve um avanço considerável no uso de tecnologias.
Essa estratégia vem sendo usada para adaptar atendimentos e atrações tanto às exigências da pandemia, quanto para atender as necessidades do público, sejam elas emocionais ou logísticas. O especialista em Bioengenharia pontua que, quando o assunto é saúde, esse processo recebeu maior atenção na última década com a inserção de conceitos voltados à humanização de ambientes em clínicas e hospitais e que esse conceito é aplicado para pacientes e colaboradores.
Cirurgias geram apreensões naturais para crianças e seus pais. Para minimizar a ansiedade e oferecer melhores resultados pré e pós operatórios o Hospital IPO em Curitiba recorreu ao especialista para desenvolver novas experiências a esse público. “Tivemos uma oportunidade inédita ao criar a primeira Brinquedoteca Multissensorial da América Latina dentro de um hospital”, destaca.
Com o tema selva, ao entrar a criança sente o aroma da selva, ouve o barulho dos animais, vento, trovoadas e chuva a partir de um sistema espacial de som, que se transforma em um game interativo. O pequeno paciente também pode tocar em figuras que oferecem estímulos visuais, tudo isso em um ambiente positivamente imersivo e alegrador. “Estimular a jornada agradável das pessoas nos ambientes faz com que elas sejam fidelizadas ao negócio, gerando valor para toda a sociedade”, salienta Mello.
ATRAÇÕES E EVENTOS
A tecnologia é um dos principais recursos da experiência do usuário e os eventos de Natal desse ano têm explorado essa ferramenta para envolver o público. Espetáculos adaptados ao sistema drive-in, Papai Noel em holograma, apresentações online são algumas das estratégias usadas em Curitiba.
Norton Ricardo Ramos de Mello
Graduado em Engenharia Civil pela UFPR, Mestre em Engenharia Biomédica pela UTFPR e PhD. Healthcare Management, pela FCU, Orlando, FL – USA. É CEO da BIOENG Projetos e já desenvolveu mais de 1,5 milhões de m² em projetos na área de saúde e bem estar. É professor de cursos de pós-graduação no Brasil e nos Estados Unidos.
Mello é também autor de cinco Livros sobre Planejamento e Projetos de Edificações de Saúde. Membro da Sociedade Brasileira de Engenharia Biomédica, da Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar e da International Federation of Hospital Engineering.
Site: www.bioengprojetos.com.br
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