Na Europa o confinamento é uma realidade ou uma ameaça
França
A França impôs na semana passada o recolher obrigatório entre as 18 horas e as seis da manhã, medida que se veio juntar às restrições ao funcionamento da restauração e à proibição de atividades desportivas em recintos fechados. As escolas mantêm-se abertas. Ontem, no final do Conselho de Ministros, o governo francês disse que as medidas não vão sofrer alterações na próxima semana, mas deixou um aviso: “Se a situação se degradar, outras medidas poderão ser tomadas”. Com uma média diária a sete dias de 18 mil novos casos, a França tinha, esta terça-feira, 2800 pessoas em cuidados intensivos. Um grupo de responsáveis hospitalares veio avisar que a pandemia pode piorar nas próximas semanas em resultado da disseminação da nova variante inglesa.
Reino Unido
Assolado por uma variante mais contagiosa do novo coronavírus, o Reino Unido está em confinamento (o terceiro) desde 4 de janeiro, por seis semanas, com escolas e comércio não essencial encerrados e a restauração autorizada a funcionar apenas em regime de take away. Os britânicos só podem sair de casa para trabalhar, ir ao médico, comprar bens essenciais ou fazer exercício. De acordo com os dados do OurWorldinData, da Universidade de Oxford, desde 10 de janeiro o país passou de uma média diária a sete dias de 881 novos casos por milhão de habitantes para os 638.7 registados na quinta-feira (já atrás de Portugal e da Espanha). Mas o número de óbitos ainda está na tendência inversa, a subir desde finais de dezembro: o Reino Unido mantém a média diária de mortes mais alta da Europa: 17.5 óbitos por milhão de habitantes.
Alemanha
Em confinamento restrito desde 16 de dezembro (e que se manteve no período de Natal), a Alemanha tem vindo a diminuir o número de casos, em média diária, mas não o número de mortos. Ontem foram 15 974 novos casos e 1148 óbitos por covid-19, para um máximo de 1244 mortes registadas na quinta-feira da semana passada. Na Alemanha as escolas estão fechadas, tal como todo o comércio não essencial, as atividades desportivas e culturais, e a restauração funciona apenas em take away. É “fortemente recomendado” o teletrabalho. O confinamento prolonga-se pelo menos até final do mês de janeiro, mas a chanceler alemã, Angela Merkel, já disse que podem ser necessárias mais “oito a dez semanas de medidas duras”.
Espanha
Desde o início do ano que a Espanha vem registando uma tendência de aumento dos contágios e ontem atingiu um novo máximo diário de novos casos: 41 576. Houve 464 óbitos. O país contava ontem uma média diária a sete dias de 713 casos por milhão de habitantes – a taxa de incidência mais alta destes cinco países (mas abaixo da portuguesa). Face ao aumento dos casos, há autonomias a anunciar a extensão das restrições e a pedir ao governo de Madrid que amplie o período de recolher obrigatório, que pode ir das 22 horas às sete da manhã. A Andaluzia e a Galiza querem confinar as áreas mais afetadas pela pandemia. O alargamento das medidas foi recusado pelo ministro da Saúde, Salvador Illa, que considerou “suficientes” as restrições que podem ser decididas pelas regiões para enfrentar esta terceira vaga de contágios no país.
Itália
A Itália divide-se entre zonas amarela, laranja e vermelha, segundo o grau de gravidade da pandemia, sendo que boa parte do país está em laranja. Apenas a Lombardia , Sicília e a província de Bolzano permanecem no vermelho. Há seis regiões em amarelo. Independentemente da cor, é proibida a circulação entre as várias províncias. A Itália – que não aliviou restrições no período de Natal – tem visto a média diária de novos infetados a decair nos últimos dias e o número de hospitalizados também diminuiu, aliviando a pressão sobre o sistema de saúde. Ainda assim, o país voltou ontem a registar 13 571 novos casos e 524 mortes. Há mais de 22 mil pessoas hospitalizadas e 2461 em cuidados intensivos.
Fonte: Diário de Notícias de Portugal
OBS: Matéria de 21 Janeiro 2021, com a finalidade de mostrar aos brasileiros como a Europa tem enfrentado a covid-19