Manifestação em Maringá :unido$ pela educação?

Grupo de pais e donos de escolas particulares, que organizam manifesto no domingo, estão usando o momento e a rede social para arrecadar dinheiro. Veja a postagem do próprio grupo. Ação deve ser investigada pelo Ministério Público.
Abaixo o que o grupo publica nas redes sociais:
Olá mães, pais e demais defensores das Escolas como Atividade Essencial!
Nosso grupo está crescendo e nossas ações estão sendo reconhecidas
Para que possamos trabalhar e agir de forma organizada e transparente, nós do conselho do Movimento Unidos pela Educação Maringá criamos um setor financeiro que ficará responsável por toda essa organização
Para custearmos nossos projetos e mantermos nossas ações providenciamos a criação de uma plataforma para arrecadação de doações
Contamos com a participação e colaboração de todos doando a quantia que puderem!
Para nossa carreata que acontecerá nesse domingo 07/03 foram providenciados:
Faixas;
Caminhão de som;
Gravação de vinhetas.
As contribuições ajudarão a custear as despesas dessa carreata e permitirão a formação de um saldo para futuras ações
As doações podem ser feitas via cartão de crédito ou boleto
Faremos a prestação de contas de nossas ações. E, ao final da nossa luta, nos comprometemos a doar qualquer saldo remanescente para a compra de EPI’s para escolas públicas e/ou famílias carentes
Desde já agradecemos!
Segue o link da plataforma
https://abacashi.com/p/unidos-pela-educacao—maringapr
Carta de resposta referente a reportagem: Manifestação em Maringá: unido$ pela educação?
Em razão da matéria “Manifestação em Maringá: unido$ pela educação?”, veiculada no dia 07 de março de 2021 sobre o movimento Unidos pela Educação de Maringá, gostaríamos de nos pronunciar a respeito e que o texto abaixo fosse publicado pelos mesmos meios que a matéria ora citada, em respeito ao direito de resposta e da liberdade de expressão:
O movimento Unidos pela Educação de Maringá gostaria de esclarecer que, se trata de um movimento social organizado por pais e mães de Maringá preocupados com a educação de seus filhos que, há um ano estão sem escola.
Compreendemos a importância das escolas para o desenvolvimento emocional, em especial, das crianças mais novas, as quais precisam de contato social com outras crianças para desenvolver sua personalidade.
Nos preocupamos com os efeitos do fechamento das escolas por um período prolongado, tais como: evasão escolar, aumento da violência e abusos, aumento do uso de drogas e entorpecentes, distúrbios emocionais e perdas irreversíveis de desenvolvimento, aumento das diferenças sociais; e, mais, produzindo efeitos ainda maiores sobre as profissionais mulheres, ampliando a diferença de gênero.
De maneira alguma, o movimento pretende colocar em risco a vida das pessoas, muito menos de professores e crianças, tendo em vista que, prezar pela educação começa pela valorização dos profissionais da educação. O que não se pode conceber é que, ao passar esse período crítico que estamos vivenciando na saúde pública, as escolas sejam mais uma vez esquecidas.
Lutamos para que as escolas, públicas e privadas, preparadas para receber os alunos sejam as primeiras a abrir; aquelas que não estão preparadas, que se preparem com urgência. Para isso, batalhamos para que os professores tenham preferência na vacinação.
Como se pode notar, se trata de um movimento organizado para fins legítimos que luta por uma causa social e que precisa ser ouvido pelas autoridades. Para tanto, organizamos uma manifestação pacífica no dia 07 de março, conforme autoriza o artigo XVI da Constituição Federal Brasileira. Ora, a manifestação popular é garantida pelo Estado Democrático de Direito, que tem como base a liberdade de expressão e a liberdade de associação.
Um movimento social, por sua natureza, não aufere lucro, nem renda, mas isso não significa que não depende de recursos para poder se manifestar, devendo esses recursos vir de doações por parte da sociedade civil que, por livre e espontânea vontade, adere a causa. Por esse motivo, foi aberta uma conta para que recebêssemos as doações para a realização da carreata. O texto foi muito claro em seus objetivos e o movimento assumiu o compromisso de prestar contas dos recursos utilizados e doar a parte não utilizada para compra de EPI’s para as escolas públicas e/ou famílias carentes.
Doações são permitidas pela lei (Art. 538 do Código Civil Brasileiro), portanto, não há nada de errado em receber doações para fins lícitos e para cumprir com os objetivos dos movimentos sociais. Caso contrário, os movimentos sociais não poderiam acontecer e o Estado Democrático de Direito estaria comprometido. Ilícito é obter recursos para fins diferentes daqueles propostos, o que não é o caso.
O movimento Unidos pela Educação de Maringá está disposto a prestar tais contas à sociedade e/ou a qualquer indivíduo que desejar.