Um alerta sobre a saúde das mulheres
Dados do Instituto Nacional de Câncer – INCA mostram que o câncer de mama é o que mais atinge as mulheres no Brasil, exceto pele não melanoma, com cerca de 29,7% dos casos. Cólon e reto estão em segundo com 9,2% dos casos e colo do útero na terceira posição com 7,5% dos casos. Assim como em qualquer outro tipo de neoplasia, o diagnóstico precoce é fundamental para que o tratamento seja menos agressivo e com maiores chances de cura. Com o avanço das técnicas de tratamento, é possível realizar os procedimentos somente nos locais onde o tumor se encontra. Além da cirurgia e quimioterapia, a radioterapia tem sido cada vez mais utilizada.
Os exames preventivos devem ser realizados com a frequência indicada pelos médicos, porém também existem procedimentos que podem revelar se a pessoa tem alguma predisposição para determinados tipos de tumores, entre eles os hereditários.
A principal síndrome hereditária para o câncer de mama e de ovário é causada pelas mutações nos genes de reparo BRCA1 ou BRCA2. “Se compararmos duas mulheres, uma com a mutação e outra sem, a que não tem nenhuma alteração genética nasce com um sistema de reparo funcionando perfeitamente, pois os genes BRCA1 e BRCA2 estão ativos e funcionais, já a que apresenta mutações nesses genes, nasce com uma deficiência que a predispõe ao desenvolvimento desses tipos de tumores, porque os erros que vão surgindo e se acumulando ao longo dos anos pela divisão das células não estão sendo corrigidos”, explica a geneticista Meire Batistela, do Mantis Diagnósticos Avançados, laboratório especializado em doenças oncológicas, onco-hematológicas e infecciosas.
Cerca de 5 a 10% dos cânceres de mama têm origem genética, ou seja, familiar. Isso significa que a cada 10 casos de câncer de mama que são diagnosticados, apenas 1 caso tem herança familiar. Os outros tipos são causados por ação externa, como idade, fatores endócrinos, história reprodutiva e fatores comportamentais relacionados por exemplo à obesidade e ao sedentarismo. Para o mastologista Lucas Budel, do Instituto de Oncologia do Paraná – IOP, “O desafio é saber para quem solicitar os testes genéticos e qual a estratégia a ser adotada caso a paciente tenha como resultado dos exames uma mutação genética com poder oncogênico. Em pacientes já portadoras de câncer de mama, o exame genético pode ser solicitado pelo médico para a escolha do tratamento e uso de novas drogas”.