‘Tratamento precoce não funciona e agrava a situação” , diz Lucas Ferrante biólogo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)

Na Tribuna Livre da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) o pesquisador e biólogo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Lucas Ferrante disse:
Lockdown e tratamento precoce
Em resposta a dúvidas apresentadas pelos vereadores Professora Josete, Maria Leticia (PV), Noemia Rocha (MDB), Ezequias Barros (PMB) e Osias Moraes (Republicanos), o biólogo do INPA disse que Curitiba não está em lockdown e precisa implementá-lo imediatamente por pelo menos 21 dias. “Em lockdown se mantém aberto apenas o que é necessário: supermercados, farmácias, hospitais e prontos-socorros. Outros tipos de serviços devem ser fechados por completo. Curitiba está em vista de um colapso eminente. Abrir leitos não funciona porque leitos de UTI precisam de profissionais capacitados e uma hora isso se esgota.”
Ao reiterar que, enquanto não se tem vacina, a única forma de prevenir a doença é com isolamento social, uso de máscaras e higienização das mãos, Lucas Ferrante respondeu que medicamentos como cloroquina ou ivermectina não são eficazes no tratamento precoce da covid-19. “Estudos científicos apontam, em consenso, que esses medicamentos não funcionam. [Mas] por que que tem muita gente receitando? E por que existe esta circulação [de informação]? Porque foi criada uma máquina de fake news para divulgar essa eficiência, quando se ainda era, de fato, considerado que podiam ter alguma eficácia. Água tem tanta eficácia quanto esses medicamentos”, frisou.
“Não existe tratamento miraculoso para a covid-19. A prevenção é o método: uso de máscaras, álcool gel e isolamento social. Medicamentos não funcionam [no tratamento precoce], como agravam a situação. Pedir para utilizar este tipo de medicamento é pedir para agravar ainda mais o sistema de saúde. Isso não é só uma gripezinha, tem matado inclusive crianças. Tem atingido principalmente jovens. A gente precisa encarar isso de forma séria, levando em consideração os estudos científicos e não o achismo”, finalizou o convidado.