Até onde podemos chegar?
É a pergunta que deveríamos fazer diariamente, mas Infelizmente ela nem sequer é lembrada. Se soubéssemos a capacidade do nosso cérebro, jamais aceitaríamos a “mesmice”.
Vivemos tão obcecados pelo cotidiano, que esquecemos nossa essência. Ela pode se manifestar das mais diversas formas, e uma delas são nossas habilidades, nosso “dom”. Na maioria das vezes, por motivos variados, deixamos adormecidas as nossas maiores virtudes, e em algum momento, sentiremos a necessidade de resgatá-los. É desse resgate que falaremos. O senso comum em que estamos acostumados em qualquer área das nossas vidas, não nos permitem crescer, adquirir outras habilidades, permitir a novas descobertas e nos limita na percepção do que somos capazes. E sim, podemos nos acostumar tanto com comportamentos e situações que nos tornam infelizes, apenas pelo simples fato de serem conhecidos e familiares.
Motivar hábitos, tarefas e emoções diferentes das que estamos habituados, amplia o olhar a nossa volta, fazendo ser percebido diversos outros ângulos da realidade, possivelmente mais proveitosos e interessantes.
Quando instalamos um único ponto de vista, mesmo que sem dar conta, entramos na famosa zona de conforto – um lugar onde nada se aprende, nada cresce, nada floresce, apenas existe.
Apesar do nome contraditório, zona de conforto não tem nada de confortável. Muito pelo contrário – na maioria das vezes, traz sentimentos de inutilidade e frustração. Tudo que é habitual demais, não causa curiosidade, não intriga nossa capacidade, não causa um “frio na barriga” soa como um lugar perfeito, seguro e cômodo, mas não é. A zona de conforto, traz apenas uma falsa sensação de tranquilidade enquanto o cérebro morre de fome.
Mas como podemos sair desse comodismo? Felizmente, nascemos com uma capacidade mental chamada Neuroplasticidade, também conhecida como plasticidade neuronal ou plasticidade cerebral.
Esse termo, refere-se à capacidade do sistema nervoso de mudar, adaptar e moldar-se as múltiplas habilidades. Exemplificando de maneira mais comum, nosso cérebro é como uma “massa de modelar”, podemos mudar e trabalhar essa massa o quanto quisermos. Ele possui uma adaptabilidade ampla a nova, experiências, novos desafios e aprendizados, desde que estimulado da forma correta e constante.
Porém, o problema está justamente aí – será que temos consciência dessa capacidade cerebral? Ou ainda, sabemos como estimular nosso cérebro? E a resposta é não. Infelizmente a maioria das pessoas não tem essa consciência, apenas vivem a situação. Os motivos são variados, sendo os mais comuns o medo ou resistência a mudanças.
Há quem tem um comodismo nato, pois, alimenta a teoria tóxica do “não consigo, não preciso, não tenho tempo”, entre tantas outras desculpas. Mudar nossos comportamentos cerebrais exigem esforço, constância, persistência, demanda gasto de energia mental, tempo e foco. Olhando por um viés de todo o contexto, parece inalcançável, no entanto, pequenas mudanças ou atitudes podem ser muito benéfica quando queremos melhorar em qualquer coisa.
Em primeiro lugar precisamos entender pra que lado estamos indo, dessa forma é mais fácil acertar o alvo. Alguns questionamentos são necessários nessa busca.
Perguntar a si mesmo, o quanto estamos felizes no ponto em que nos encontramos no momento e onde queremos chegar, é crucial, pois, se quisermos aprender ou aprimorar algo, temos que sair do aconchego e nos aventurarmos ao desconhecido.
Ninguém nasce com um manual de instruções para vida, e descobrimos o nosso melhor fazendo, errando, acertando. Por mais que pareça difícil, é construindo por fora que se lapida por dentro. Ter medo de errar, é comum e faz parte, mas evitar cometê-los, certamente seremos privados de muitas oportunidades.
São muitos os desafios encontrados nessa lapidação mental, corporal e cognitiva, porém, quando adotamos a disciplina como nossa aliada, os resultados são incontestáveis. Com o tempo, nosso cérebro acostumará a criar atalhos, tornando-o mais criativo.
Quando há consciência de que somos capazes de mais, automaticamente aumenta a nossa confiança, e começamos a realizar tudo aquilo que a princípio era assustador. Desta forma, a plenitude começa onde termina nossa zona de conforto. É preciso certa dose de confiança para sairmos de uma situação ou lugar que é conhecido e habitual, porém, quando isso acontece, vira um ciclo virtuoso.
Se não fosse assim, a vida seria um filme em preto e branco. A cada instante, ouse em se desafiar, a sair do comodismo e ir em busca do que realmente nos completa e que dá sentido à nossa existência. Mude um trajeto, um pensamento, uma cor de roupa, uma vírgula que seja, mas mude!!