Escolha por vacina atrasará fim da crise sanitária no Brasil, diz professora da Uninter
Secretarias de saúde de diversas regiões do Brasil estão relatando o adiamento das pessoas em se imunizarem, pois querem escolher a marca da vacina a ser tomada. Para a especialista em saúde púbica e coordenadora dos cursos em Gestão Hospitalar e Saúde da Uninter, Ivana Busato, esse comportamento pode atrasar a vacinação por grupo e, consequentemente, a cobertura vacinal de toda a população.
Para tentar minimizar esse tipo de atitude, muitas prefeituras estão exigindo a assinatura de um termo de responsabilidade a essas pessoas e as colocando no fim da fila para que sejam as últimas a se vacinarem.
“Isso diz respeito à autonomia do cidadão e não a uma punição. Se a pessoa assina o termo que abriu mão da prioridade e se responsabiliza por essa atitude, essa é uma escolha dela. Porém, isso pode atrasar o fim da crise sanitária, uma vez que, as doses ficam ‘paradas’ esperando a aplicação por faixa de idade e público específico”, explica Ivana.
Para evitar essa situação, a especialista cita algumas atitudes que deveriam ser tomadas por parte das autoridades. “Em primeiro lugar, o governo federal deveria parar de falar mal das vacinas. Em segundo, responsabilizar legalmente as pessoas que publicam fake news, somos alvos de muita desinformação na internet. Também seria fundamental a criação de campanhas que conscientizem a população sobre a importância da vacinação em massa. O erro foi dar muita visibilidade para a eficácia individual da vacina e não a importância dela como estratégia coletiva”.