Ser mãe, é transformador, nascer novamente, revirar tudo, é um parto! Literalmente
Dar uma pausa nas suas prioridades porque agora nada mais importa, além de atender todas as necessidades daquele pequeno e indefeso ser.
No princípio, quando descobre uma gravidez, é tudo novidade, lindo, cheio de expectativas — do sexo, do nome, de como serão bons pais, do quarto do neném, de como será aquele rostinho, o primeiro ultrassom, e por aí vai. Na imaginação, o céu é o limite. Faz muito bem os futuros papais viverem cada etapa, da forma como planejaram, de como gostariam que fosse, porém, a realidade é um pouquinho distorcida.
Na gestação, a futura mamãe está cercada de mimos, de afetos, de cuidados, e toda atenção é voltada para ela. Quando o bebê nasce, o foco muda bruscamente. Ali, o pequeno reina, toda atenção é dele, as lágrimas aparecem por conhecerem o novo ser que acaba de chegar, mas não acontecem por uma mãe que também nasceu, e aos poucos, ela vai sendo deixada de lado. Claro que agora, nem ela percebe, está tão cega de amor por um ser tão pequeno e indefeso sobre sua responsabilidade, que esquece do resto. Seu instinto materno aflorado, nada o abala.
Quando retorna da maternidade, ainda é tudo novo, adaptação, a família que acaba de nascer, as visitas se fazem presente, os avós estão por perto, os familiares ainda acolhem as necessidades dos novos estreantes, e aos poucos, os pais vão ganhando confiança e sentem-se honrados em realizar sozinhos tais tarefas, pois, uma hora terão que ser suficientes para tanta demanda. Tudo isso, se resume nos primeiros dias pós-parto. Logo, os pais se veem só, com um ser pequeno, indefeso e cem por cento dependente deles. A rotina de trabalho do pai, já precisa retornar, e a mãe inicia sua longa e eterna jornada materna. Neste momento, ela se dá conta do quão grandioso é insubstituível se tornou. O alimento depende dela, o aconchego, o colo, o afeto são intransferíveis. Podem e devem contar com ajuda de avós, tias, babás, quem quer que seja, e são bem-vindas e útil, porém, não supre o cheiro, a amamentação, o acalento da mãe, pois, na barriga, o bebê ouve os barulhos internos do corpo materno por nove meses, é muito natural que sinta essa falta ao nascer. Por isso muitas vezes não entendemos o porquê somente a mãe pode acalmar o choro do bebê. Dói na mãe ouvir seu pequeno chorar por qualquer que seja o motivo, e por mais que esteja no melhor colo, ela sempre vai querer estar ali, acolher, abraçar e acalmar. Nessa demanda toda, lá se foi a antiga mulher. A partir de então, seu banho é cronometrado, seu tempo é quase invisível, o dia precisava de 30 h, seu sono é parcelado, seu corpo é estranho no espelho — agora cede espaço para uma mãe. Esse título diz tanto, que em palavras não dá para expressar. É dividir tempo, vida, objetivos, prioridades, projetos para ajudar a escrever a história do novo integrante.
Parece que tudo virou de ponta cabeça, e é verdade, mas uma hora desvira, tenha paciência.
Os lugares frequentados precisam ser familiares, ter brinquedos apropriados, seu horário para estar de volta é regra, e sabe o que mais vai te deixar feliz? Ver seu bebê adormecer e acordar no meio da madrugada sorrindo, não importa quão cansada esteja, esse despertar te fará a melhor pessoa do mundo. Você vai acolher em seus braços, retirá-los do berço, e ver o dia clarear esperando que volte a dormir no momento que ele decidir. Isso irá se repetir por várias vezes, e você fará com o maior amor do mundo. Sabe o que é mais curioso? Finalmente, quando conseguires respirar, ter uma noite de sono regular, serás capaz de vivenciar tudo novamente, sem a menor culpa, e tudo bem — ser mãe é tudo isso, sem muita explicação!