Carreira médica: Cirurgião geral pode atuar em várias frentes
O cirurgião geral é o médico responsável pela realização de cirurgias de naturezas distintas, bem como os cuidados pré e pós-operatório dos pacientes. A distribuição dos profissionais no Brasil e a quantidade de cirurgias represadas durante a pandemia da Covid-19 fazem com que o número de médicos dessa área seja considerado aquém do necessário em várias localidades.
O país possui 38.583 médicos especializados em cirurgia geral, segundo o estudo “Demografia Médica 2020”, realizado pela Universidade de São Paulo (USP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM). Trata-se da terceira especialidade médica com maior número de profissionais, atrás apenas da Clínica Médica e da Pediatria.
A rotina do cirurgião geral inclui atendimentos ambulatoriais, plantões e a realização de operações eletivas e emergenciais, decorrentes de quedas, traumas e acidentes. Dentre as cirurgias realizadas pelo profissional estão bariátrica; pedra na vesícula; refluxo gastroesofágico; apendicite; úlcera; hérnias inguinal, umbilical e epigástrica; diverticulite, hemorróida; aderência intestinal; dentre outros procedimentos.
A especialização em cirurgia geral tem duração de três anos. Mas, após a sua conclusão, o médico deve continuar estudando e se atualizando, já que se trata de uma área que recebe muitas inovações. Há algumas décadas, os médicos realizavam apenas a cirurgia convencional, em que é feito um corte mais profundo no paciente. Hoje, para muitos casos, existe a possibilidade da videolaparoscopia, em que, por meio de pequenas incisões, é feito o uso de equipamentos com microcâmeras que permitem ao cirurgião realizar o procedimento.
Além desta área de atuação, a especialização em cirurgia geral é porta de entrada para outras frentes, uma vez que é requisito para o profissional especializar-se em outros tipos de procedimentos cirúrgicos.
Distribuição pelo país
De acordo com o estudo “Demografia Médica 2020”, a maior parte dos cirurgiões gerais está presente nos estados de São Paulo (11.065), Rio de Janeiro (3.862), Minas Gerais (3.813), Rio Grande do Sul (2.781) e Paraná (2.405). Já os estados com a menor quantidade de profissionais são Roraima (61), Acre (63), Amapá (89), Rondônia (226) e Tocantins (214).
Considerando a distribuição pelo total de 100 mil habitantes de cada localidade, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul são as regiões com maior cobertura de médicos especializados em cirurgia geral. Por outro lado, Acre, Amazonas, Pará e Maranhão são as áreas mais descobertas.
Em geral, a presença de médicos no país é maior nas capitais, reduzindo à medida em que se avança para o interior dos estados, o que segundo a pesquisa revela que as cidades brasileiras não têm se beneficiado de forma equivalente do crescimento do número de profissionais observado nos últimos anos.
Demanda represada
Além da desigualdade na distribuição de médicos no país, a interrupção da realização de cirurgias no país em meio à pandemia da Covid-19 criou uma demanda reprimida que precisa ser atendida.
Estudo realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) revelou que um total de 1.119.433 cirurgias deixaram de ser realizadas no país no período entre março e dezembro do ano passado. Deste total, 161.321 são procedimentos de emergência e 928.758 eletivos.
Diante desses fatores, o mercado de trabalho tem apresentado oportunidades para cirurgiões gerais, tanto em hospitais públicos quanto privados.