Quanto custa a beleza?

Que a busca pelo corpo perfeito sempre foi uma obsessão de muitos, não é novidade. A onda do corpo perfeito a cada dia mais tem se intensificado. É claro que não estamos descartando a importância dos cuidados com o corpo — aliás, com a saúde, em geral.

No entanto, destacamos algo que têm chamado atenção de profissionais da saúde – a necessidade da perfeição vem anulando a importância de se manter saudável como um todo. Afinal, quanto custa a beleza? Sem mencionar o valor financeiro propriamente dito, há quem consiga ver o real “preço” que custa um corpo ou um rosto perfeito, porém, alguns, passa por cima de todos os prejuízos sem pesar na balança.

Os “modismos” variam, desde os hábitos mais comuns, visto como “normais” que é o uso de anabolizantes indiscriminadamente e sem nenhuma prescrição profissional, até implante de “chips” integrados que liberaram hormônios, excesso de procedimentos estéticos faciais e corporais, realizado por profissionais sem o devido conhecimento para tal, até cirurgias plásticas reparadoras, realizadas excessivamente, na tentativa de excluir toda e qualquer “defeito” aparente.

Quem nunca viu uma reportagem de televisão, alertando os erros mais brutais cometidos por profissionais desse ramo? Pois bem, a questão ainda não é essa. Tirando o básico, que é a boa escolha profissional, além de um acompanhamento indicado para cada necessidade, já que tais medidas descartariam riscos à saúde, a pergunta é: a necessidade é ponderável e a tempo? Ou é após grandes prejuízos com objetivo de anular os excessos de uma vida inteira?

Bem, nos casos de uma ajuda profissional sem intervenções cirúrgicas, digamos que sempre é tempo. Porém, nada vai adiantar uma correção externa, se internamente está tudo desequilibrado. Isso se aplica a saúde mental, que na maioria das vezes, está diretamente ligado aos excessos, tanto alimentares quanto de qualquer outra natureza. Sendo assim, vamos na ordem certa, comece do início. Em primeiro lugar a saúde mental, seguido da interna e por último a externa.

Enfim, nem sempre esse roteiro segue à risca, por inúmeras razões que não cabe julgamentos. Ademais, um corpo perfeito não nasce de um dia para o outro. É preciso disciplina, hábitos saudáveis de alimentação e de vida, sono adequado, rotina alimentar. Dá trabalho? Talvez, diria que simples não é, porém, o preço a ser pago por querer algo de imediato, seja na mesma proporção do custo de levar uma vida saudável. A diferença está no tempo — com as correções imediatas, o custo a se pagar são todos imediatos, e que por vezes custa a vida, considerando que bons hábitos, são pagos parcelado, sem risco nenhum, e com a garantia dos benefícios.

Quanto aos procedimentos estéticos e plásticos, foram feitos para ajudar, aliás, quem não quer, precise ou até mesmo chega ser um sonho? Justo e muito recomendado se dar esse valor, afinal, auto estima e amor próprio, vale mais que qualquer corpo perfeito.

Sendo assim, vamos refletir a situação. Nada faz milagre, e nada é tão belo quanto o cuidado consigo mesmo. Então, porque exageramos rotineiramente para depois colocar em risco e que temos de mais precioso — a vida. De nada vai adiantar os melhores procedimentos, os melhores cirurgiões se sua pele já atingiu um nível de envelhecimento precoce, causado por uma alimentação disfuncional, cigarro, excesso de álcool, entre outros. Seu corpo não será o mesmo se sofre com os impactos de uma obesidade por longos anos, mesmo após uma cirurgia plástica de sucesso. A qualidade da pele não é a mesma, os contornos não serão os mesmos sem contar com os inúmeros efeitos colaterais sofridos pelos órgãos internos, que esses, a cirurgia plástica em nada pode ajudar.

Sem rodeios — a cirurgia plástica bem como os procedimentos estéticos, são trabalhos artesanais realizados por mãos de grandes profissionais, e somos gratos a todos que se empenham nessa missão de resgatar auto estima, porém, ambas foram criadas para auxiliar, contornar, esculpir, melhorar nossa beleza, e não para desfazer os maus tratos causados por anos de excessos. Pense nisso.