Apesar do avanço das mulheres no mercado de trabalho, universo publicitário é majoritariamente masculino
Alpes Mídia ressalta necessidade de mudanças no setor, e destaca o valor da presença feminina em cargos de liderança
O empoderamento feminino gerou muitos debates nos últimos anos. Hoje, grandes líderes estão à frente de multinacionais, superando preconceitos e gerando inspirações. Mas, as posições de liderança ocupadas por gestoras não são nem metade em relação aos homens. A crise sanitária vivida atualmente afetou gravemente a economia brasileira e sobretudo, essa parcela da população. Para se ter uma ideia, em 2020 foram criadas mais de 230 mil vagas para o sexo masculino versus pouco mais de 87 mil para o feminino. O universo publicitário é majoritariamente masculino. Na área de criação, por exemplo, a presença das mulheres cai para menos de 20%.
Ornella Lavratti, sócia da Alpes Mídia, acredita que além de trazer novos significados para a propaganda, as campanhas devem parar de objetificar mulheres: “Hoje ainda homens e mulheres são julgados por regras diferentes mesmo que sejam igualmente capazes e suficientes. As portas para os homens se abrem muito mais rápido para alcançar sucesso desde cedo, já uma mulher ambiciosa pode até chegar a ter sucesso em sua carreira, mas somos vistas com outros olhos, com solidão e amargura. A opressão pela maternidade nos faz duvidar se somos capazes de sermos boas mães. A desigualdade acaba atingindo grandes proporções quando são cargos de maiores ganhos, a compensação financeira então nem se fala.”
A objetificação da mulher no setor publicitário acabou atraindo ideias de um mundo feminino, confinando mulheres à uma opressão de consumo, retirando sonhos e inferiorizando mulheres, e as motivando a estereótipos de uma mulher que não existe.
Com o avanço da propaganda em relação à representação feminina, as marcas aos poucos começaram a modificar as suas estratégias para o público, com o femvertising a publicidade vem impactando cada vez mais diretamente na auto estima da mulher real, retratando mulheres fortes e empoderadas que ajudam a quebrar barreiras de igualdade de gênero, sendo um formato importante para futuras gerações. Karine Sauerbier D’ Andrade, diretora de mídia da Alpes Mídia, afirma que ainda é preciso mudar. É necessário ir além da contratação e adotar medidas para mudar a cultura organizacional.
“Dar a oportunidade de obtermos mais mulheres alcançar cargos que aprovam e tomada de decisões, essa falta de oportunidade não ajuda de maneira responsável alcançar mudanças de mentalidade dentro das empresas buscando se comunicar com o mundo feminino, devemos ter as mesmas oportunidades de salário, ensinar sobre femvertising, e parar de ficar comparando sempre mulheres e suas formas físicas pois não é saudável psicologicamente, estamos numa geração que hoje despreza estereótipos, deve-se propagar campanhas que representam mulheres de força e mostrar inteligência e que podem alcançar e ocupar qualquer lugar”, reitera Karine.
A mulher e a representação feminina no setor de publicidade nos próximos anos, ajuda na desconstrução dos padrões estéticos e culturais, mostrando força, representatividade e direitos iguais, removendo estereótipos na liderança, inspirando meninas desde a sua infância que elas podem chegar aonde quiserem.
“É importante que todos saibam que nós mulheres também somos ambiciosas, que queremos estar em todos os lugares e alcançar grandes cargos de liderança”, finaliza Karine