Traumas mamilares em lactantes prejudicam amamentação
O estudo publicado em 2021 pela revista Ciência Plural apontou a ocorrência de traumas mamilares como uma das principais intercorrências pós-parto que leva ao abandono da amamentação de recém-nascidos. A pesquisa apurou que, dentre as mais de 2.909 puérperas nutrizes entrevistadas, em média estipulada após quatro anos de levantamento de dados, 8,1% das lactantes se queixaram de lesões mamárias e procuraram por bancos de leite para os recém-nascidos.
Esse mesmo levantamento, feito pelos discentes do Centro Universitário Tiradentes, apurou que, após o parto, as principais queixas das mães que entram na fase inicial de aleitamento são as lesões mamárias, dificuldade na pega, doenças infectocontagiosas, hiperlactação e outras mais. Os traumas mamilares são responsáveis por causar sensibilidade e lesões nos mamilos, tornando a prática de alimentar a criança algo fisicamente doloroso para as mulheres.
Em uma divulgação feita em 2022 na Revista Científica multidisciplinar (RECIMA21), consta a afirmação de que o trauma mamilar é uma intercorrência que costuma variar de 11 a 96% durante a primeira semana após o parto, com 80 a 95% das nutrizes apresentando algum grau de dor mamilar e 26% com dor extrema. Nesse cenário, a interrupção precoce da amamentação é apontada como uma das possíveis consequências.
A apresentação de dados preliminares sobre a amamentação no Brasil, no Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil, de 2020, trouxe que, naquele ano, já havia sido alcançado o percentual de 60% relativo à prevalência de amamentação exclusiva entre crianças menores de quatro meses, sendo indicado um crescimento de 45,7% ao longo dos últimos 34 anos.
Considerando a quantidade de puérperas nutrizes e a alta possibilidade de incidência de lesões mamilares que podem prejudicar a amamentação, Bia Mendes, fundadora e diretora criativa à frente da Agora Sou Mãe, loja especializada em produtos para gestantes e novas mães, acredita que, “esse é um momento delicado, no qual as mulheres devem procurar orientação médica”.
Ela ainda complementa dizendo que, nessa nova fase, “todas as informações são válidas e podem ajudar no dia a dia das amamentadoras, pois muitas se sentem sozinhas”, e acrescenta que, durante esse período, “é por meio da internet que muitas encontram soluções ou apoio de alguma maneira”.
A publicação dos levantamentos na RECIMA21 também traz a informação de que os principais fatores de risco para o trauma mamilar são: pega inadequada da criança, estrias, fissura, dor mamilar, ausência do companheiro, entre outros. O estudo publicado traz como alternativa para prevenção do trauma a técnica de interrupção da mamada introduzindo o dedo indicador ou mínimo de maneira que o dedo substitua por um momento o mamilo.
Com relação às opções que podem ser buscadas para o conforto durante a amamentação, algumas outras coisas são válidas, “seja um banho relaxante, uma refeição balanceada, uma massagem ou rosquinhas de amamentação”, comenta Bia.
Mais informações disponíveis em http://www.agorasoumae.com.br/