Onça-parda ferida em atropelamento está recuperada e volta a viver na natureza
O Instituto Água e Terra (IAT) autorizou a soltura da onça-parda que foi ferida em um atropelamento e recuperada após uma cirurgia. A onça, que ganhou o nome de Leôncio, voltou a viver na natureza no último fim de semana. O atendimento e a reabilitação, assim como a soltura, são frutos de esforços conjuntos de diferentes instituições para o alcance de um objetivo em comum: proteção e conservação da fauna como responsabilidade de todos.
SOCORRO – O animal foi atropelado em 2021 em uma rodovia no Oeste do Paraná e encaminhado ao Refúgio Biológico de Itaipu, inconsciente e em estado crítico. Estava em coma, não conseguia abrir a boca nem o olho, e já tinha passado quase oito horas na viatura da Polícia Ambiental. No Hospital, a onça-parda recebeu tratamento de emergência, com ajuda também de profissionais especialistas da Universidade Federal do Paraná (UFPR – Câmpus Palotina), do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap) e do Projeto Onças do Iguaçu.
“Leôncio tinha uma fratura muito grave de fêmur, então pensamos: vamos fazer eutanásia ou dar uma segunda chance para ele?”, lembrou o médico veterinário do Refúgio Biológico de Itaipu, Pedro Henrique Teles. “Ainda não sabíamos se teríamos os parceiros para isso, mas felizmente conseguimos muitos. Hoje a onça tem uma placa, um pino e 16 parafusos na perna, mas sobe e desce de árvores perfeitamente”, completou.
RECUPERAÇÃO – Após os cuidados veterinários intensivos, Leôncio ficou durante seis meses em um “Recinto de Aclimatação”. O espaço de 850 metros quadrados, instalado em meio a ambientes naturais de fácil acesso e logística, foi erguido de forma simples e com materiais de baixo custo, para que pudesse ser reproduzido facilmente.
Agora no novo lar, a onça-parda vive em uma área com características semelhantes a que foi encontrada, o que deve permitir uma boa adaptação. O animal é monitorado pelo ICMBio e pelo Projeto Onças do Iguaçu, por meio de um colar GPS/VHF, para que os especialistas possam compreender como funcionará a sua readaptação ao habitat.
A escolha do local onde ele foi solto também é importante, por possuir a conectividade entre o Parque Nacional do Iguaçu e as áreas protegidas da Itaipu. “É muito fácil soltar um animal em uma área totalmente preservada e ele sobreviver. Agora, estamos soltando em um lugar em que ele vai encontrar problemas, e vai ter que aprender a resolver. Mas acompanharemos”, finalizou Teles.
Fonte: Agência Estadual de Notícia