Sustentabilidade ganha cada vez mais destaque na cadeia produtiva da moda
O conceito de moda passou por várias transformações ao longo dos anos, principalmente após os desafios impostos pela pandemia de covid-19. Além das ideias de diversidade e de inclusão, dentro de uma noção de moda para todos, a preocupação com o equilíbrio entre as questões econômicas, sociais e ambientais é cada vez maior na sociedade.
Atenta às transformações, a cadeia produtiva da moda sabe que precisa se adequar às novas demandas. Relatório feito pela empresa de consultoria McKinsey, em parceria com Global Fashion Agenda (GFA), aponta que 50% dos empresários indicam a sustentabilidade como um tema de destaque. A tendência é de que as práticas de moda sustentável passem a ser incorporadas da produção à comercialização.
No Brasil, várias iniciativas priorizam práticas sustentáveis – desde o uso eficiente dos recursos naturais na produção das peças, até estratégias para aumentar o ciclo de vida dos produtos, por meio da reciclagem e da reutilização. Nesse sentido, a iniciativa ‘EMPODERA – Moda Transformando Vidas’ vai investir mais de R$ 2 milhões na promoção de moda justa, inclusiva e responsável, por meio das ideias das mulheres.
Criado em 2016, a partir de uma parceria entre o Instituto Lojas Renner, pilar social da varejista, e ONU Mulheres, a primeira edição do EMPODERA apoiou 15 iniciativas de grupos produtivos voltados para a igualdade de gênero na cadeia de valores da indústria têxtil e geração de renda. O ELAS+, organização dedicada a promover o protagonismo e a liderança de mulheres, integra esta segunda edição do edital. Desta vez, 20 grupos que atuam na transformação da vida de mulheres e de pessoas trans por meio de projetos de moda responsável serão contemplados.
A coordenadora executiva do ELAS+, K.K. Verdade, destaca o protagonismo das mulheres nessas iniciativas e a necessidade de fortalecer também grupos informais: “Sabemos da importância desses projetos junto às suas comunidades e como elas são atuantes em suas regiões”. 56% dos movimentos de mulheres e de LBTIs que fizeram parte de pesquisa inédita do ELAS+, realizada com 953 organizações da sociedade civil de todas as regiões do Brasil, são informais. Por isso, a importância de apoiar esses grupos que trabalham para a transformação social por meio da moda responsável. “Valorizar iniciativas comandadas por mulheres e pessoas trans, independentemente da formalidade desses grupos, é uma maneira de colaborar para a emancipação financeira dessas lideranças”, avalia K.K. Verdade.
O diretor executivo do Instituto Lojas Renner, Eduardo Ferlauto, também defende esse tipo de incentivo. “O Edital EMPODERA permitirá que as organizações tenham a chance de ampliar e desenvolver estrategicamente suas iniciativas, aumentando o impacto positivo em comunidades por todo o Brasil”. Já a representante da ONU Mulheres no Brasil, Anastasia Divinskaya, ressalta a possibilidade de capacitação técnica dos grupos engajados: “Essa segunda edição do Edital Empodera é um exemplo prático de como avançar no empoderamento econômico das mulheres na indústria da moda”.
As inscrições para o edital estão abertas até o dia 25 de maio de 2022.
Mais informações estão disponíveis no site: http://fundosocialelas.org/empodera/