Segurança dos funcionários é essencial para investigações de assédio em empresas
No contexto em que a participação dos funcionários em denunciar práticas inadequadas ganha relevância, é fundamental que as empresas deem condições de segurança a eles para fazerem denúncias internamente. A recomendação é do gerente de compliance da SKIC, Arturo Vecchi, e foi apresentada no seminário “Assédio Moral e Diversidade”, promovido pelo escritório de advocacia WFaria, na última sexta-feira (24/06). Com mais de 10 anos de atuação na área de compliance, Vecchi abordou as estratégias de compliance e como lidar internamente com questões como inclusão da diversidade sexual e de raça, assédio moral e Burnout, e investigações internas sobre casos de discriminação ou assédio relatados por vítimas.
“O primeiro papel do compliance é criar confiança junto aos funcionários, dar segurança para que eles relatem o que estão passando no ambiente de trabalho. Desta forma, os casos podem ser investigados e resolvidos internamente, evitando que passem para a esfera pública, pois é muito comum funcionários que não se sentem seguros no ambiente de trabalho externar seus casos em suas redes sociais, o que pode gerar um grande dano para a marca da empresa”, afirma Vecchi.
Para criar essa confiança e dar segurança aos funcionários, o compliance da SKIC adota diversas ações. Canais de comunicação interna, como o canal de denúncias, e a participação de todas as áreas da empresa nos comitês de diversidade e inclusão, são ações que geram resultados para o compliance. “É importante estar a par do dia a dia da empresa. Como os funcionários estão se sentindo, desde o profissional que acabou de entrar até o profissional com anos ou décadas de empresa. A participação de todas as áreas da empresa nas ações de inclusão da diversidade e de combate ao assédio, propostas pelo compliance, é muito importante. A realização dos comitês traz essa riqueza de detalhes, que pode ser muito bem aproveitada pelo compliance”, relata Vecchi.
Outra questão importante relacionada à inclusão da diversidade, e que pauta o trabalho do compliance, é a questão da cultura, tanto da empresa quanto dos funcionários. Vecchi afirma que o trabalho de inclusão da diversidade é bastante determinado pela cultura da empresa, que deve se tornar cada vez mais inclusiva, e também dos funcionários, que devem entender a importância da inclusão para pessoas que escolheram caminhos e opções diferentes daquelas que, anteriormente, eram vistos como o politicamente correto pela sociedade.
“Atuei por muitos anos como advogado e consultor externo nesta área, e vivenciei literalmente a ‘cultura comer a estratégia do compliance no café da manhã’. As pessoas fazem o que estão acostumadas a fazer culturalmente, pela educação que tiveram desde o berço. E essa transformação de cultura é necessária para o acolhimento da diversidade. Estar em ambientes que já são muito receptivos a essa mudança é extremamente positivo”, completa.
O “Assédio Moral e Diversidade” pode ser assistido na íntegra pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=qMFsuBXBKHs
A SKIC (Sigdo Koppers Ingieneria Y Construccion) é uma empresa de capital chileno da indústria da construção e montagem em larga escala, com operações também no Brasil, Peru e Colômbia. Desde a sua fundação, em 1960, participou de importantes projetos em sua área de atuação, que inclui engenharia, construção e montagem, gerenciamento de compras e transporte e logística local e internacional. A empresa tem uma vasta experiência em projetos de infraestrutura produtiva, que exige altos níveis de especialização, e tem capacidade de realizar trabalhos em áreas tão diversas quanto mineração, geração e transmissão, obras de energia, industriais, civis e de infraestrutura.
No Brasil, a empresa começou a atuar em 2016 e hoje conta com mais de 500 colaboradores diretos e indiretos.