As possibilidades da ciência de dados aplicada à medicina
A coleta e a análise de grandes volumes de dados já é uma realidade em várias áreas que fazem parte do cotidiano da população. Considerando as possibilidades quase infinitas de interpretação e uso desses dados, o setor de saúde se torna um campo fértil para demonstrar a importância que a aplicação da ciência de dados pode representar na melhoria geral dos serviços prestados aos pacientes e a sociedade em geral.
Termos como big data, machine learning e data analytics já não são tão incomuns em estudos e pesquisas, e as aplicações dessas tecnologias perpassam quase que a totalidade dos processos médicos e hospitalares. Com a utilização dessas ferramentas, os médicos podem chegar a uma consulta com um diagnóstico preliminar bastante apurado, tendo como base uma análise do histórico completo de um paciente.
Para que isso seja possível, existe a necessidade da constituição de um banco de dados onde todo esse tipo de informação possa ser inserida, armazenada e analisada através do uso de IA (Inteligência Artificial, em tradução livre). De acordo com Leonardo Pedroso Costa, especialista em Ciência de Dados, a partir do momento em que o médico tiver acesso a esse prontuário eletrônico do paciente, poderá consultar um grande número de dados de saúde relacionados.
Internações anteriores, medicações administradas, tratamentos pelos quais já passou e a probabilidade de desenvolver determinada comorbidade, de acordo com a faixa etária em que se encontra, são apenas alguns exemplos das possibilidades proporcionadas pela utilização de sistemas de data analytics.
“Além disso, médicos também poderiam considerar possíveis problemas hereditários do paciente com base em cruzamento de dados dos familiares”, exemplifica o especialista.
A utilização de tecnologias relacionadas à data science não se resume apenas ao escopo de tratamento individual de pacientes. A análise desses dados pode ser de grande utilidade para a compreensão da evolução de doenças e indicar o caminho para o desenvolvimento de novas formas de diagnóstico e tratamentos. O reconhecimento de padrões também pode contribuir para aprimorar o resultado de análises de exames laboratoriais e de imagens.
Essas ferramentas são capazes de compilar e comparar dados de forma extremamente ágil. O estudo desses dados pode ser útil para encontrar soluções mais eficientes, e de forma mais rápida, para diversos problemas. Os benefícios poderiam ser utilizados para auxiliar a tomada de decisões contra o avanço de epidemias e o surgimento de novas formas de contágio, por exemplo.
Ainda nas palavras do especialista em ciência de dados, no caso da Covid-19, as ferramentas podem ajudar a descobrir novos medicamentos de forma muito mais eficaz do que os testes tradicionais. Utilizando dados pré existentes, milhares de avaliações podem ser realizadas em questão de segundos, o que elimina muitas variáveis irrelevantes. Isso otimizaria todo o processo de pesquisa e aceleraria o avanço nas fases de teste.
Outra possibilidade seria a análise de dados coletados a partir de gadgets de uso pessoal, como smartphones e dispositivos vestíveis – ação essa que foi realizada por alguns países durante a pandemia. A localização de pessoas infectadas, e o caminho por elas percorrido, são utilizados para rastrear outros possíveis casos e traçar um mapa com áreas e regiões de atenção para políticas de prevenção e isolamento.
“Através de smartwatches, o sistema capta e analisa dados como mudanças de frequência cardíaca e oximetria e, em casos mais avançados, até a tosse do paciente”, diz Costa.
Sendo utilizada em conjunto com inteligência artificial, a ciência de dados seria capaz até de confirmar diagnósticos antes mesmo que o paciente fosse efetivamente atendido por um médico. “Isso evitaria filas em hospitais, já que não seria necessário um médico para avaliar se o paciente está ou não com covid”, aponta Leonardo Pedroso Costa.
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