Nota oficial do PT-PR sobre inquérito da Polícia Civil do caso Marcelo Arruda
Entendemos que as conclusões que constam no inquérito apresentado pela Polícia Civil e Secretaria de Segurança Pública, são prematuras
O Partido dos Trabalhadores do Paraná vem a público manifestar sua surpresa com o resultado do inquérito apresentado pela Polícia Civil do Paraná, na manhã desta sexta-feira, 15, sob a direção da Delegada Camila Cecconelo, a respeito do brutal assassinato de Marcelo Arruda, ocorrido em Foz do Iguaçu, no sábado, 9 de julho.
Entendemos que as conclusões que constam no inquérito apresentado pela Polícia Civil e Secretaria de Segurança Pública, são prematuras, e que podem levar a interpretação de que o que teria ocorrido com Marcelo, seria fruto de uma briga comum sem motivações políticas, narrativa esta, contestada pelos fatos amplamente divulgados na imprensa, com imagens e depoimentos que provam a motivação política do crime.
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Causa-nos preocupação o fato de que os advogados de Marcelo, não tenham tido amplo acesso as diligências e investigações desenvolvidas pela Polícia Civil, conforme divulgado em nota pública pelos mesmos. Reiteramos que a participação dos advogados, dos envolvidos nas diligências, é fator indispensável ao bom cumprimento do direito penal, e das garantias legais que regem o estado de direito.
Reiteramos também, nosso apelo para que este inquérito seja federalizado com a participação da Justiça Eleitoral, PGR e STF, para que salvaguardem o direito dos cidadãos, a manifestarem livremente suas opções políticas, sem que corram risco de serem assassinados. Na tarde desta quinta-feira, 14, partidos políticos de diversas matizes, pediram para que o Tribunal Superior Eleitoral contenha a violência política neste momento tão conturbado da vida pública brasileira, e que não permita mais que nenhuma manifestação de ódio feita pelo Presidente da República venha a dar mais combustível a ações violentas como presenciadas em Foz do Iguaçu.
O encerramento apressado das investigações desse crime bárbaro é, acima de tudo, uma ofensa à família de Marcelo, além de um prognóstico preocupante de conivência das autoridades com os futuros episódios de violência que ameaçam as eleições deste ano.
O que ocorreu com Marcelo Arruda não pode ser naturalizado, tão pouco banalizado, sob o risco de que a democracia brasileira sofra um processo traumático e sem precedentes de ruptura. Continuaremos na luta por justiça para Marcelo e contra toda forma de violência política.