Debate sobre população de rua na Fernão Dias é ampliado
Mais de 40 pessoas de Maringá buscam solução para esse problema social, que se arrasta há anos na região do Albergue
Maringá é uma cidade acolhedora e seus moradores são generosos, características que têm contribuído de forma negativa para o aumento da população de rua, principalmente na Fernão Dias, próximo ao Albergue Santa Luiza de Marilac. Um grupo de representantes de diversos setores públicos e privados busca alternativas para solucionar este problema social, que tem incomodado muita gente. A iniciativa partiu do vereador Mário Verri (PT), que se sensibilizou com a reivindicação dos moradores e comerciantes da região. Na primeira reunião, cerca de 20 pessoas participaram do debate. Já neste segundo encontro, realizado na sexta-feira (15), no auditório do Albergue, 42 representantes de vários órgãos trouxeram sugestões de melhorias e de resolução para o problema, que se arrasta há anos na cidade.
As soluções apresentadas na reunião foram urbanísticas (de melhorias nos espaços vazios estimulando a ocupação); de conscientização sobre as doações (desenvolver campanhas contra a doação de esmolas, principalmente nos semáforos); de estímulo para que as doações de alimentos ou financeiras sejam feitas às entidades assistenciais e acolhedoras dos moradores de rua; a identificação da origem desses moradores e a tentativa de ajudá-los a retornar para os seus municípios; a criação de uma ‘rede do bem’ para divulgar os programas e serviços sociais maringaenses; além de também ter sido apontada a necessidade em trazer um representante da secretaria de Saúde para as discussões.
A reunião contou com a presença de representantes da secretaria de Assistência Social (Sas), secretaria de Segurança Pública, Câmara Municipal, Polícia Militar, Polícia Civil, Guarda Municipal, Arquidiocese de Maringá, Albergue, Centro Pop, Ordem dos Pastores Evangélicos de Maringá (Opem), membros da associação de moradores e comerciantes locais. O prefeito em exercício, Edson Scabora, participou do debate, assim como os vereadores Ana Lúcia Rodrigues, Flávio Mantovani e Sidnei Telles.
Em relação à segurança, alguns dados repassados na reunião preocupam, por exemplo. Dos 15 homicídios que ocorreram neste ano em Maringá, quatro envolveram moradores de rua, segundo informações da Polícia Civil. O delegado Adão Wagner Loureiro lembrou que as prisões por tráfico e as apreensões de drogas estão acontecendo, mas são paliativas e não efetivas. Neste caso, a sugestão dos participantes é a ampliação das vagas de tratamento para dependentes químicos. O grupo também entende que esse tratamento deveria ser obrigatório para quem está em situação de rua e não alternativo.
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O vereador Mário Verri ressaltou na reunião que as discussões em torno do problema social estão avançando e que são positivas. Ele sugeriu a criação de uma comissão para dar os encaminhamentos do que for decidido nos encontros. “O debate foi ampliado e cada vez ficará maior. Então, acredito que se criarmos uma comissão, os trabalhos serão ainda mais produtivos. Até porque, o novo grupo vai cobrar que as soluções sejam implementadas pelos órgãos e entidades competentes”, diz Verri.
Em 2021, o Centro Pop de Maringá fez mais de seis mil atendimentos da população de rua. Hoje, segundo a prefeitura, a cidade tem cerca de 500 pessoas nesta situação.
A próxima reunião do grupo ficou marcada para o dia 05 de agosto.