Produção e emprego na indústria avançam em maio
Segundo a Sondagem Industrial, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), pelo Portal da Indústria, o índice de produção industrial chegou a 53,6 pontos em maio deste ano. O indicador pode variar de 0 a 100 pontos, com linha de corte de 50 pontos (valores acima mostram avanço, e abaixo, retrocesso). No mês de abril, o índice de produção marcou 46,5 pontos. Ao todo, foram consultadas 1,8 mil organizações: 730 de pequeno porte, 631 de médio e 439 de grande, entre os dias 1º e 9 de junho deste ano.
Além disso, o emprego na indústria também avançou. No mês de maio de 2022, o índice de do número de colaboradores chegou a 51 pontos, aumentando 0,5 ponto ante abril. O índice apresenta um crescimento novo do emprego e mais pulverizado entre empresas no mês analisado. Ainda, a Utilização da Capacidade Instalada (UCI), na indústria geral, foi de 70% em maio, um crescimento de um ponto percentual ante o mês de abril de 2020. Na comparação com maio do ano passado, a UCI permaneceu sem alteração. A UCI deste ano e a de 2022 são as mais elevadas para o mês desde 2014, momento em que chegou a 71%.
CNI aponta ser equivocado o crescimento da Selic
Ainda sobre fatores que impactam a indústria – que engloba o setor de pintura industrial, por exemplo -, segundo a CNI, pelo Portal da Indústria, foi considerado equivocada a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), a respeito do crescimento da taxa básica de juros (Selic) para 13,25% ao ano. Essa taxa está em ascensão desde março do ano passado. Além disso, desde o último mês de dezembro, a taxa real se encontra em patamar que inibe a economia. Os aumentos deste ano desembocam em uma taxa básica de juros real mais elevada e que já era suficiente para desacelerar a inflação nos meses que seguiram. “Este aumento adicional da taxa de juros no momento é desnecessário para o controle da inflação e trará custos adicionais à economia, como queda do consumo, da produção e do emprego”, afirma o presidente da CNI.
O IPCA de maio mostra que a inflação de bens industriais começou, na ocasião, a desacelerar no país e que o movimento deve permanecer ao longo do segundo semestre por conta, essencialmente, dos efeitos do crescimento da Selic. Além disso, a estabilização dos preços internacionais das commodities e de energia também abre margem para uma desaceleração da inflação, após incorporação do choque causado pelo conflito ucraniano. Tudo isso indica que os aumentos nos preços de alimentos e de combustíveis não devem acontecer novamente no território nacional ou devem ser mais baixos nos meses seguintes.