Um bom líder precisa ter, e manter, uma boa saúde emocional
Um ambiente harmônico entre funcionários e gestores é o desejo da maioria das pessoas tanto que, dos 2654 participantes da pesquisa do relatório anual divulgado pelo Great Place To Work (GPTW), 97,2% afirmaram que consideram a saúde mental um ponto relevante para a gestão de pessoas na empresa.
Esse número é reflexo do que se tem discutido muito, principalmente após a pandemia quando o trabalho remoto se tornou uma realidade para muitas pessoas e empresas, estivessem elas preparadas ou não. Isso gerou um aumento significativo de ansiedade e estresse. “As questões de saúde mental entre os brasileiros afetam em cheio as empresas devido ao aumento de casos de absenteísmo, presenteísmo (quando o funcionário comparece ao escritório, mas não consegue desempenhar suas tarefas) e afastamentos médicos. Estima-se que as perdas econômicas para os negócios beiram os 200 bilhões de reais ao ano. Também não podemos ignorar o fato que empregados felizes são mais produtivos, aumentam a margem de lucro e melhoram o ambiente de trabalho”, diz Alice Salvo Sosnowski, especialista em soft skills e comportamento empreendedor.
A atenção com a saúde mental das pessoas e o interesse em melhorar os ambientes corporativos para evitar estresse, esgotamento e demais questões psicológicas e emocionais no trabalho é fundamental. Para Alice, muitas mudanças ainda são necessárias para que as empresas se tornem, de fato, ambientes emocionalmente saudáveis. Afinal, os profissionais estão buscando cada vez mais empregos que tragam realização pessoal, qualidade de vida e boas oportunidades de desenvolvimento, e quem está acompanhando as tendências sabe que é preciso se reinventar e, que muitas mudanças ainda são necessárias para que as empresas se tornem, de fato, ambientes emocionalmente saudáveis.
Ainda segundo o relatório GPTW de 2022, desenvolvimento/capacitação de lideranças com preparo técnico e emocional foi apontado por 42,6% das respostas como o principal foco para garantir a construção de ambientes de trabalho emocionalmente saudáveis e para o alcance de resultados estratégicos. E, entre as características mais valorizadas nas lideranças aparecem resiliência, alinhamento com a estratégia, empatia e gestão humanizada. As empresas, precisam mais do que nunca, cuidar da saúde mental dos funcionários, proporcionar ambientes de trabalho emocionalmente saudáveis e, preparar as lideranças para lidar com as questões emocionais de suas equipes são pontos essenciais para as empresas que querem se manter competitivas no mercado.
“Para desenvolver a Inteligência Emocional, é preciso encontrar tempo para se fortalecer. Empresas com maior atenção com os seus colaboradores têm se capacitado oferecendo ferramentas como meditação, escuta ativa e grupos de apoio. Mas as ações precisam começar pela liderança. É necessário criar um ambiente seguro para os profissionais, uma cultura inclusiva e preparada para as questões emocionais. É um trabalho conjunto que deve ser endereçado em todos os departamentos: da liderança até o chão de fábrica. Também é importante assegurar recursos humanos e financeiros mínimos para implementar planos de ação e programas de educação e saúde”, complementa a especialista.
Quando usada e estimulada no ambiente de trabalho a Inteligência emocional melhora o relacionamento com as emoções (suas e das outras pessoas), aumenta a capacidade de tomar decisão, melhora a comunicação, amplia a capacidade de influência e de persuasão, favorece o trabalho em equipe, reforça relacionamentos interpessoais e ajuda a garantir destaque profissional e muito mais. Já no ambiente pessoal e até familiar, Alice ressalta que possibilita que a pessoa cresça como indivíduo e alcance o máximo em termos de potencialidades e habilidades através do autoconhecimento, autogerenciamento, automotivação, empatia e relacionamentos interpessoais.