Xtay anuncia nova fase e se posiciona como catalisadora de mudanças
Apaixonado por tecnologia, Gabriel Fumagalli entendeu muito cedo o valor da inovação. Aos 15 anos ele já fazia seus primeiros negócios online e caminhava pela via do empreendedorismo.
A carreira em tecnologia corporativa começou na Sterling Commerce, multinacional comprada pela IBM, de onde migrou para a GXS e, de lá, para uma startup em São Francisco (EUA). “Morei por lá um ano e aprendi muito sobre tecnologias disruptivas e modelos de negócios exponenciais”, conta.
Após auxiliar outras startups a se estabelecerem no Brasil e participar de dois M&A’s em menos de quatro anos, o passo seguinte foi participar da fundação e atuar como COO da LinkApi, startup que criou um software de integração de sistemas, e que foi vendida para a Semantix anos depois, por mais de R$100 milhões. “O sangue de empreender corria mais forte, mas ao mesmo tempo eu tinha o desejo de combinar esse conhecimento com uma mudança de área”, resume. As viagens sempre estiveram na rotina de Fumagalli, que é filho de piloto e conta com experiências profissionais na indústria da hospitalidade australiana.
Foi aí que o conhecimento consolidado em tecnologia e o DNA de viagens se uniram. “Comecei a estudar o mercado de hospitalidade, em especial as short-term rental, e vi que existia um gap gigantesco de tecnologia nesse mercado. Percebi que as experiências dos hóspedes poderiam ser melhoradas, assim como a eficiência operacional do segmento”, revela. Enquanto visitava uma feira de hospitalidade em Orlando (EUA), ele se aproximou da Xtay. “Depois de uma análise conjunta percebemos que o momento de mudanças era crucial e que possibilitava a operacionalização de uma empresa diferente, com um modelo financeiro sustentável. Foi quando eu aceitei o desafio de r co-fundador e liderar esse momento 2.0 da empresa”, diz.
O desafio citado por Fumagalli trata da aceleração da consolidação da Xtay. Até então conduzida por Beto Caputo e um time de especialistas, a empresa anuncia o processo de hand-over da posição de CEO. “Temos certeza de que o dinamismo e a experiência do Gabriel, mais do que somar, serão um diferencial para esta nova fase que queremos imputar na Xtay a partir de agora e olhando para um futuro – próximo, inclusive”, diz Beto Caputo, CEO da Atrio.
Criada há menos de um ano pela Atrio Hotel Management, a Xtay tem um plano de desenvolvimento com mais de 1,4 mil apartamentos e estúdios em finalização de contrato e construção no Brasil.
Start-up com tecnologia e hospitalidade
Na visão de quem atuou por 18 anos no universo da tecnologia, Gabriel Fumagalli entende que o mercado de hospitalidade peca pela falta de eficiência e baixo impacto das experiências. Outro problema, na análise do empreendedor, é que o mercado de aluguel por temporada optou por replicar muito do modelo hoteleiro – incluindo as falhas.
Formatar e oferecer experiências e requisitos que atendam a esses pilares é uma das grandes missões de Fumagalli na Xtay e, para isso, ele promete investir na criação de um senso de comunidade. “Meu papel é unir a tecnologia para entregar uma solução melhor na ponta. Ninguém está pensando na necessidade holística do hóspede. A acomodação é o primeiro ponto e não oferece receita suficiente para o investidor. Nós entregamos uma experiência completa em hospedagem, segurança e bem-estar”, diz.
Com mindset de startup, Fumagalli projeta que a operação rodará com essas premissas em até seis meses. “De uma gestora e operadora de imóveis, a empresa passa a ser uma plataforma robusta que suporta o end-to-end desse processo. É um negócio no qual eu tenho dois clientes principais, o investidor e o hóspede, e eu preciso alinhar os interesses de ambos e atendê-los”, resume, acrescentando que o investimento em tecnologia será contínuo, mesmo após a consolidação da plataforma.
Os projetos incluem, ainda, a possibilidade de parceiras com construtoras e incorporadoras imobiliárias além de empresas prestadoras de serviço. Mais do que aumentar o inventário, esse alinhamento ajuda a pautar as empresas em relação às novas demandas e comportamentos dos consumidores. “O que é preciso incluir no empreendimento? Terá coworking? Rooftop? Oferta de bicicleta elétrica? A ideia é fazer esses estudos em conjunto para que as construções sejam mais rentáveis”, diz. A tecnologia resolve a questão da segurança, com ferramentas de biometria e check-in automatizado.