Zeca Dirceu defende ampla campanha de desarmamento no País após mais um atentado em escolas
O deputado federal Zeca Dirceu (PR), líder do PT na Câmara, defendeu nesta segunda-feira, 19, uma ampla campanha de desarmamento e a regulamentação do funcionamento das redes sociais após mais um ataque à escola no Paraná. “É terrível, são perdas imensuráveis, resultado de um impiedoso e desumano incentivo do uso de armas nos últimos anos e do uso indevido das redes sociais que ceifaram vidas e espalham ódio e violência no país. Nós temos que dar um basta nisso”, disse Zeca Dirceu sobre mais uma morte de uma estudante em um colégio no Paraná.
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“Muito triste, mais uma estudante morta no Paraná, no Colégio Helena Kolody de Cambé no Paraná. Vou insistir com o presidente Lula e com o Congresso Nacional para que tenhamos uma ampla campanha de desarmamento e também a regulamentação do funcionamento das redes sociais no Brasil”, completou.
Zeca Dirceu disse que é urgente também ampliar o debate sobre a importância do acolhimento de crianças e adolescentes nas escolas, por meio de equipe multiprofissional, que além de professores e pedagogos, pode ser formada por assistentes sociais e psicólogos e a difusão da cultura como meio de mediação de conflitos em toda sociedade.
Acolhimento
Segundo dados de pesquisa da Unicamp, de 2002 a 2023, foram registrados 22 ataques violentos a escolas, dos quais 16 cometidos por estudantes e 12 por ex-estudantes. Para os especialistas em educação, é preciso promover o acolhimento dos estudantes e fomentar um debate amplo sobre convivência, democracia e saúde mental.
“Em vez de escolas fechadas ou militarizadas, como propõem alguns, é preciso ter uma escola aberta à comunidade, onde questões como bullying e outro tipo de violência sejam debatidas com a participação de todos, pais, mães, professores, equipes pedagógicas, sempre levando em conta o respeito à diversidade e as políticas afirmativas. A escola é um espaço de formação e reflexão da cidadania”, afirma Zeca Dirceu.
Marco regulatório
A professora Daniela Di Pietro, especialista na área, disse que, em geral, os ataques são planejados, os agressores têm indícios de transtornos mentais não diagnosticados e usam métodos aprendidos na internet, muitas vezes em comunidades de subcultura extremistas. “É inadmissível que meninos e meninas aprendam como fazer coquetel molotov no Tik Tok. Precisamos de um marco regulatório urgente”, defende.
Segundo ele, o mundo vive uma era de banalização e naturalização muito grande do discurso de ódio e da violência potencializada pela internet. “Com a pandemia e o isolamento social, muitos jovens tiveram um afastamento da convivência presencial e passaram a viver mais online”.
“Muitos meninos encontraram nas comunidades virtuais e fóruns de jogos online locais para expressar discurso de ódio, machismo, racismo e misoginia, além de culto pela violência e armas”. afirmou.