Prevenção ao Suicídio entre Jovens: Um alerta urgente

Prevenção ao Suicídio entre Jovens: Um alerta urgente

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) lançou um alerta preocupante durante o Setembro Amarelo, o mês internacionalmente dedicado à prevenção ao suicídio. De acordo com a SBP, aproximadamente mil jovens com idades entre 10 e 19 anos tiram suas próprias vidas no Brasil a cada ano. Isso equivale a quase 10 mil casos de óbitos por lesões autoinfligidas registrados entre 2012 e 2021 no país.

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A presidente do Departamento Científico de Prevenção e Enfrentamento das Causas Externas na Infância e Adolescência, dra. Luci Pfeiffer, destaca a importância de toda a sociedade, incluindo pais, responsáveis e médicos, estarem atentos ao comportamento da população jovem. Segundo ela, é crucial levar a sério qualquer sinal de ideação suicida, que geralmente não surge do nada, mas cresce gradualmente no pensamento dos jovens até se materializar como uma opção. Portanto, é fundamental ligar o sinal de alerta desde a primeira atitude suspeita.

Dra. Luci Pfeiffer também descreve algumas mudanças de comportamento que podem ser indicativas de ideação suicida em jovens, tais como insatisfação persistente, desistência de atividades que costumavam trazer alegria, autolesão, busca por situações de risco e a falta de planos ou expectativas para o futuro. Ela enfatiza que nem sempre os jovens verbalizam seus sentimentos, tornando a observação atenta de suas atitudes ainda mais crucial.

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O levantamento da SBP revela que ao longo da última década, os rapazes representaram mais que o dobro dos casos de suicídio, com 68,32% dos episódios, em comparação com 31,68% entre as mulheres. A maioria dos eventos ocorreu na faixa etária de 15 a 19 anos, com 84,29% dos óbitos, enquanto 15,71% ocorreram na faixa de 10 a 14 anos.

O Brasil observou um aumento no número absoluto de suicídios em todas as regiões, sendo que a região Norte apresentou o maior crescimento, com um aumento de 115%. O estado de São Paulo, o mais populoso do país, também registrou o maior número de suicídios no período.

Embora as razões subjacentes a esse aumento ainda necessitem de estudos detalhados, o coordenador do Grupo de Trabalho sobre Saúde Mental da SBP, dr. Roberto Santoro, destaca que traumas, abusos, violências e sentimentos de culpa e inadequação são motivos frequentemente associados ao sofrimento psíquico e à ideação suicida entre crianças e adolescentes.

O apelo da SBP é para que todos prestem mais atenção a esse tema, especialmente na faixa etária pediátrica. Escutar e acolher são passos essenciais antes que a ideação suicida evolua para um plano prático. O suicídio não é tão incomum quanto muitos imaginam, e pode estar mais próximo de nós do que pensamos. Em caso de suspeita de sofrimento psíquico, a orientação é procurar um profissional da saúde mental para interromper essa trajetória trágica. A prevenção ao suicídio deve ser uma prioridade, e é responsabilidade de todos nós cuidar da saúde mental dos jovens brasileiros.

Redação O Diário de Maringá

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