E-commerce influencia crescimento de logtechs brasileiras
A evolução tecnológica tem apresentado diversas mudanças nos últimos anos, uma delas é a possibilidade de compras de produtos online dos mais diversos segmentos. De acordo com dados divulgados pelo portal E-Commerce Brasil, somente em 2022 o e-commerce cresceu 20% no Brasil em relação ao ano anterior, resultando na soma de R$ 187 bilhões em transações.
Outro dado, com base na pesquisa E-commerce Trends 2024, conduzida pela Octadesk, em colaboração com o Opinion Box, apontou que 62% dos consumidores efetuam de duas a cinco compras pela internet mensalmente, enquanto 85% realizam pelo menos uma compra online durante o mesmo período.
Neste contexto, à medida que o comportamento de compra do consumidor muda, as empresas tendem a enfrentar desafios diferentes na gestão logística de distribuição de estoque, movimentação de produtos e entregas. Segundo Edison Kwecko, co-fundador e CEO da Stokki, uma logtech curitibana, “hoje, as empresas se veem diante de um novo desafio: atender às crescentes expectativas de clientes omnicanal, que desejam conveniência, personalização e flexibilidade em suas experiências de compra”.
Em pesquisa publicada pela Forbes, identificou-se que 80% dos consumidores da geração Z preferem comprar produtos de marcas que oferecem uma experiência omnichannel. Sobretudo, essa é uma tendência que deve ser aprimorada, já que a geração Alpha valoriza ainda mais a praticidade e a integração proporcionadas pela tecnologia.
Para Andrea Nemoto, co-fundadora e CGO da Stokki, os consumidores desejam ter o poder de escolher onde, quando e como desejam comprar produtos, bem como a forma que desejam recebê-los e, até mesmo, devolvê-los. “Esse novo panorama exige uma resposta ágil e integrada por parte das empresas e é aí que a tecnologia entra em cena”, enfatiza.
Ainda, de acordo com a Andrea, esse é um cenário que se torna cada vez mais competitivo e complexo, que exige investimento em tecnologia de ponta por parte das empresas, principalmente na integração dos estoques e na gestão logística. Isso porque a operação deixa de ser coadjuvante à experiência de compra do consumidor final e consolida-se como um elemento estratégico fundamental para o sucesso de qualquer negócio.
Logtechs no cenário de compras online
Com base nessa mudança no comportamento de compra, algumas startups de logística, as chamadas logtechs, têm adotado modelos de negócios para auxiliar nos desafios impostos sobre o novo cenário de vendas online, desenvolvendo tecnologias para otimizar e integrar os processos e operações. Segundo a Associação Brasileira de Logística (ABRALOG), o Brasil já contava com 283 logtechs em 2020, com US$ 187,6 milhões em aportes.
Uma dessas empresas é a curitibana Stokki, que nasceu em 2019, com o objetivo de auxiliar empresas que atuam no comércio eletrônico e na omnicanalidade a entregarem experiências de compra de excelência aos seus consumidores.
A empresa que tem um modelo de negócio SaaS, tem investido no desenvolvimento e constante melhorias do seu software, 100% na nuvem, que reúne três módulos diferentes: um OMS (Order Management System), um WMS (Warehouse Management System) e um IWS (Integrated Warehouse System), três sistemas que visam ajudar nos principais desafios logísticos das empresas que trabalham com a omnicanalidade.
Segundo Andrea Nemoto, CGO da Stokki, “o conceito de ter todo o inventário integrado no OMS, atrelado a um WMS lightweight na outra ponta, faz com que você possa tornar qualquer espaço físico em um fulfillment center e que a empresa nunca perca uma venda enquanto tiver o item disponível dentro da sua rede de distribuição, seja em uma loja física, dark store ou armazém”.
Os desafios da gestão logística omnichannel
Para Edison Kwecko, CEO da Stokki, implementar uma logística omnichannel é um desafio para qualquer negócio, ainda mais quando a empresa não está plenamente preparada para essa situação. E adiciona: “De fato, sem a utilização de softwares de gestão logística adequados, os gestores e colaboradores da empresa que desejam atuar na omnicanalidade e oferecer uma experiência única de compra dentro de seus pontos de contato com o consumidor, podem não conseguir desenhar uma estratégia adequada de distribuição de estoque e atendimento de pedidos e, consequentemente, perder vendas, mesmo estando com o produto disponível em sua rede”.
Em situações em que a empresa trabalha com múltiplos pontos de distribuição, essa gestão se torna ainda mais complexa. Afinal, sem uma atualização em tempo real da movimentação de estoque em uma torre de controle única, a informação apresentada ao cliente pode se tornar obsoleta muito rápido, devido à falta de comunicação entre os canais de venda e os inventários, causando problemas para a marca, como vender um produto que não está mais disponível.
Ainda, segundo Edison: “Hoje, a tendência é a adoção cada vez maior de tecnologias que auxiliem e corroborem para a implantação da dinâmica omnichannel nas empresas que vendem tanto em lojas físicas como no comércio eletrônico, para tornar o processo de comunicação fluída em todos os pontos”.
Outro desafio enfrentado são os prazos de preparação de pedidos e entregas cada vez mais curtos. Por isso, as informações precisam estar todas integradas e orquestradas e os processos operacionais rastreados e otimizados, para cumprir com o nível de exigência do consumidor. Segundo Patrick Baldez, CTO da Stokki, “É importante analisar a implantação de softwares que foram desenvolvidos para atender à dinâmica da operação de e-commerce, pois, assim como os da Stokki, eles já foram pensados para otimizar processos que trabalham com itens fracionados, alta variedade de SKUs e SLAs de preparação de pedidos e envios extremamente curtos”.