Milei na Campanha: “Viva a Liberdade, Caralho”; No Governo: Liberdade, O Que Caralho?
Parece que Bolsonaro contribuiu para a eleição de alguém que busca restringir a liberdade do povo argentino.
Na sua campanha eleitoral, o recém-eleito presidente argentino, Javier Milei, reiterou o slogan “el que corta no cobra” (“quem corta, não recebe”, em português), enfatizando que indivíduos que obstruíssem vias públicas não teriam acesso a benefícios sociais. Esse lema contrasta com a expressão “viva la libertad, carajo” (“viva a liberdade, caralho”), também adotada pelo político antes de sua eleição.
A ministra da Segurança Nacional da Argentina, Patrícia Bullrich, anunciou nesta quinta-feira (14) um conjunto de medidas destinadas a conter o bloqueio de ruas e pontes por parte de manifestantes. As propostas incluem a ameaça de prisão em flagrante para aqueles que participarem de piquetes que impeçam total ou parcialmente a circulação da população.
O protocolo também determina que, no caso de bloqueio de vias durante protestos:
- As autoridades atuarão até todas as ruas e pontes bloqueadas serem liberadas. Para isso, a mínima força necessária será utilizada.
- Os responsáveis pelos bloqueios serão identificados, assim como cúmplices e instigadores, e suas informações serão enviadas para as autoridades competentes. Veículos utilizados em piquetes também serão assinalados.
- As organizações sociais responsáveis pelos protestos deverão arcar com os custos das operações de segurança.
- Um juiz competente será notificado se as ações resultarem em danos ambientais.
- A participação de crianças e adolescentes resultará na notificação das autoridades e serão impostas sanções aos acompanhantes dos menores de idade.
- Manifestantes estrangeiros com residência provisória serão identificados e suas informações serão enviadas para a Direção Nacional de Imigração da Argentina.
- As organizações que participarem frequentemente na criação de piquetes serão colocadas em uma lista do governo.
As manifestações públicas são uma forma de expressão política comum na Argentina, principalmente nos últimos anos. Elas ocorrem com frequência no centro de Buenos Aires e servem como um indicador do descontentamento popular com o governo.
Conforme dados da consultoria Diagnosis Político divulgados pelo jornal “Clarín”, novembro de 2023 testemunhou a ocorrência de 568 bloqueios de vias em todo o país. O recorde anterior foi estabelecido em agosto deste ano, com 882 interdições.
Milei é o queridinho no Brasil para aqueles que ocuparam as ruas, acamparam em frente aos quartéis e bloquearam rodovias, tentando criar confusão para que o presidente Lula, eleito pela maioria, não assumisse o cargo.
Imagina o que aconteceria com esses “Patriotas” se o presidente do Brasil fosse o Milei na época?