Mais de 64% das empresas querem ampliar presença no exterior

Mais de 64% das empresas querem ampliar presença no exterior

Uma pesquisa de 2023 da Fundação Dom Cabral (FDC) revelou que 64,4% das empresas brasileiras com atuação internacional planejam expandir a sua presença em países nos quais já atuam. Por outro lado, a porcentagem daquelas que também pretendem explorar novos mercados estrangeiros (ou seja, locais onde ainda não têm operações) é de 68,9%.

Em relação a esse último dado, os destinos mais visados pelas organizações são, respectivamente, Estados Unidos (preferência de 22,5% dos entrevistados), Chile (16,7%), Portugal (15,8%) e México (12,5%). 

Para chegar aos números, a FDC ouviu 237 empresas do Brasil que têm presença no exterior e representam diferentes setores — como comércio, fabricação de máquinas, gêneros alimentícios, produção de borracha e material plástico.

Os entrevistados também foram questionados sobre os principais benefícios de entrar em outros países. Alguns pontos positivos citados foram: ganhos de imagem e de valor da marca, geração de conhecimento, maior exposição institucional no meio acadêmico e aumento do interesse de investidores.

“Ao longo dos anos acompanhando o processo de internacionalização das empresas brasileiras, percebemos que elas passam a se preparar melhor para esse processo”, conclui a pesquisa da FDC. “Elas também fazem os movimentos internacionais de forma mais integrada aos seus objetivos estratégicos, com metas muitas vezes ambiciosas”.

Internacionalização das empresas é “um movimento natural”

Em um contexto de globalização e constante transformação tecnológica, a internacionalização das empresas é “um movimento natural para satisfazer a necessidade de crescimento”. A afirmação é de Luciano Bravo, CEO da Inteligência Comercial, empresa que auxilia negócios a captar crédito no exterior.

Segundo o profissional, o processo de internacionalização ajuda os empreendedores a acessar créditos em abundância e, com isso, ter mais recursos para investimentos. Ele acrescenta que “no Brasil, o empresário não consegue aumentar sua capacidade de tomada de crédito devido à trava de 30% do seu faturamento médio mensal”.

“As principais vantagens no exterior são liberação de crédito de 50% a 200% do faturamento anual, adquirir uma estrutura internacional, possibilidade de investir em inúmeros projetos, diferencial competitivo no mercado, entre outras”, afirma Bravo. 

Na visão do especialista, existe um obstáculo a ser superado: o desconhecimento dos empresários sobre como obter crédito e qual a forma de iniciar as operações em outro país. Nesse ponto, Bravo ressalta a importância de manter-se atento às questões tributárias e às regras de cada mercado, que podem apresentar diferenças em relação ao Brasil.

DINO