Estudo prevê aumento dos casos de demência até 2050

Estudo prevê aumento dos casos de demência até 2050

Um estudo publicado na revista The Lancet Public Health em 2022 estimou que o número de pessoas com demência no mundo iria aumentar de 57,4 milhões, em 2019, para 152,8 milhões, em 2050. A previsão foi feita considerando três fatores de risco para demência listados no estudo Global Burden of Diseases, Injuries, and Risk Factors: alto índice de massa corporal, glicemia de jejum elevada e tabagismo.

O estudo também apontou que, em 2019, havia mais mulheres do que homens com demência. Os pesquisadores afirmam que a expectativa é de que esta tendência se mantenha para 2050.

Segundo o estudo, os países mais economicamente desenvolvidos da região da Ásia-Pacífico serão os que menos terão aumento nos casos de demência. Já o norte da África e o Oriente Médio terão o maior aumento, de 367%, segundo as previsões da pesquisa. 

Felipe Figueira é neurocirurgião e avalia que essa previsão “levanta preocupações sobre o envelhecimento da população e seus possíveis impactos na saúde cerebral”. O especialista explica que “fatores como o aumento da expectativa de vida e mudanças no estilo de vida podem contribuir para esse cenário”, acrescentando que “quando há suspeita de um caso de demência, é essencial investigar as causas reversíveis da doença, como é o caso da hidrocefalia de pressão normal”. 

Uma das conclusões do estudo é de que “o crescimento no número de indivíduos vivendo com demência ressalta a necessidade de esforços e políticas de planejamento de saúde pública para atender às necessidades desse grupo”. O estudo recomenda que estimativas a nível nacional sejam usadas para planejar as políticas específicas de cada país: a porcentagem de aumento estimada para o Brasil é de 206%.

“Cerca de 10% de todas as demências diagnosticadas no Brasil são decorrentes de hidrocefalia do idoso, por exemplo”, informa Figueira. A hidrocefalia, que é tratável e reversível, é causada pelo acúmulo de fluido no cérebro e tem sintomas como dificuldades de locomoção, incontinência urinária e problemas cognitivos.

“O tratamento muitas vezes envolve a colocação de uma válvula para drenar o excesso de líquido, aliviando os sintomas. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado geralmente oferecem melhorias significativas na qualidade de vida”, explica o neurocirurgião. O estudo publicado na The Lancet Public Health lista “abordagens multifacetadas” e “pesquisa sobre mecanismos biológicos” como essenciais para lidar com o crescimento esperado nos casos de demência.

“A pesquisa destaca a importância de investir em avanços médicos e pesquisas para desenvolver estratégias mais eficazes de prevenção e tratamento”, aponta Figueira. O médico, que é especialista em doenças neurocirúrgicas, lembra também que é essencial  promover a conscientização sobre hábitos saudáveis, como exercícios físicos, alimentação balanceada e estimulação mental, que podem ajudar a prevenir o desenvolvimento de demência. 

Para saber mais, basta acessar: https://www.instagram.com/felipeafigueira/

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