Inove SIAPAR 2024 reuniu as várias pontas do audiovisual em evento inédito

Inove SIAPAR 2024 reuniu as várias pontas do audiovisual em evento inédito

Pela primeira vez, um evento reuniu inovação tecnológica, conhecimento técnico, produção, profissionais e empresas do setor do audiovisual do Paraná. Na terça (2/04), o Inove SIAPAR 2024 promoveu, no Campus da Indústria, um dia de imersão nas questões desse mercado que, no Paraná, cresceu 44% nos últimos quatro anos. Políticas públicas, qualificação profissional, produção de conteúdo criativo e construção de novos negócios foram alguns dos temas debatidos.

Realizado pelo Sindicato da Indústria Audiovisual do Paraná (SIAPAR) e a FIEP (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), com o apoio institucional do SEBRAE/PR, o evento teve as inscrições esgotadas para todas as atividades da programação e contou com um público de diferentes regiões do estado. “O Inove SIAPAR, sem dúvida alguma, foi um grande evento. Discutimos políticas públicas, qualificação profissional, produção de conteúdo criativo e a construção de novos negócios para vários temas debatidos”, observou Jussara Locatelli, presidente do SIAPAR.

Com foco nos novos negócios e oportunidades geradas pelas tecnologias e os processos de produção do audiovisual, a programação reuniu representantes da Agência Nacional do Cinema (ANCINE), canais de TV, universidades e especialistas. “O cenário da produção audiovisual do Paraná mostra uma representatividade expressiva no contexto nacional. O desafio agora é ampliar sua atuação nos processos de distribuição e programação de conteúdo, além de pensar em maneiras para ampliar o acesso das produtoras aos investidores que utilizam Leis de incentivo”, afirmou Fabiana Trindade, supervisora de Fomento da ANCINE, que durante sua palestra destacou a liberação histórica de recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), com investimentos que ultrapassam R$ 1 bilhão, para o audiovisual brasileiro e suas produções, no período de 2023 a 2024.

Evento promoveu atualização sobre o mercado
“Participar do evento enquanto instituição foi uma oportunidade de mostrarmos para esse ecossistema como estamos trabalhando na formação de estudantes para atuar no mercado, ao mesmo tempo que trouxemos nossos estudantes para mostrar que nesse mercado tem espaço para eles. Essa ponte foi fantástica. As informações e dados que tivemos acesso aqui nos confirmam justamente que existe muita possibilidade de empregabilidade no audiovisual, e diversas funções, carreiras e oportunidades nesse mercado, que segue em crescimento”, observou Suyanne Tolentino, coordenadora do curso de Cinema e Audiovisual da PUCPR.

Além das palestras e painéis, a programação contou com as “clínicas de tecnologia e inovação”, que discutiram desde a produção de conteúdo em cenário de realidade virtual, serviços audiovisuais através do tráfego pago até a iluminação LED no set de filmagem. “Foram abordadas inovações que já são realidade no mercado, como os sistemas de gerenciamento de cor, que a gente vê em Hollywood, mas que (muitas vezes) não sabemos que podemos rodar filmes aqui em Curitiba com essa tecnologia. O evento debateu sobre temas que não se encontram facilmente na internet e atendeu o interesse de todo mundo que atua no audiovisual, como quem exerce a parte técnica de iluminação, elétrica, maquinaria, câmera”, pontuou Daniel Bernardon, proprietário da Armada Films.

Regulação do streaming
Tema urgente e de suma importância para o setor, a regulação das plataformas de streaming no Brasil foi debatida e atualizada por Debora Ivanov, produtora e sócia da Gullane Filmes, e diretora executiva do SIAESP (Sindicato da Indústria do Audiovisual do Estado de São Paulo). Ela alertou que o Brasil está atrasado na regulação das plataformas de streaming, comparado aos países da comunidade europeia que já estão revisando e propondo ajustes na legislação criada em 2018. “Não precisamos criar a roda. Temos projetos de lei tramitando no Congresso desde 2017, mas que não contemplam questões primordiais para a proteção da nossa indústria. O que queremos é muito simples, que o conteúdo brasileiro e independente esteja no VOD e com destaque no horário nobre e no catálogo, para que possamos disputar com as obras estrangeiras o olhar do consumidor”, explicou Ivanov.

Durante a palestra sobre a regulação do VOD (vídeo on demand) no Brasil, Debora Ivanov resgatou os 30 anos de políticas públicas bem-sucedidas, os marcos legais, e tudo que está em risco no cenário atual cujo debate principal busca definir o que são obras brasileiras, de quem são os direitos e de quem é a propriedade patrimonial. “O audiovisual cresceu 40% nos últimos quatro anos. Qual setor cresce a essa velocidade? Isso é extraordinário. O nosso país é o quinto maior mercado consumidor do mundo. Então, a regulação do streaming vai significar um salto enorme na produção brasileira. Será auspicioso e importante não só do ponto de vista econômico, mas também para proteger a construção do imaginário do nosso povo”, defendeu.

Formação para profissionais do ecossistema
Item do ecossistema do audiovisual, a formação foi tema recorrente no Inove SIAPAR. O setor que vem crescendo a passos largos, fruto das políticas públicas e das iniciativas de fomento, não teve a qualificação de profissionais acompanhando essa expansão. “Já sabemos que faltam profissionais no mercado, inclusive de áreas específicas como as de pós-produção e de gestão de pré-produção”, destacou Carla Rabelo, palestrante do evento e professora da Universidade Federal da Integração Latino-Americana. Para solucionar essa lacuna de formação, ela sugere a ”integração de forças” das universidades, Sistema S, Sebrae, secretarias de cultura municipais e estaduais, e o Governo Federal, e que sejam feitas mais pesquisas e diagnósticos para desenvolver essas ações.

Durante o Inove SIAPAR, também foram anunciadas boas iniciativas voltadas para a qualificação de mão de obra no Paraná. Patricia Albanez, coordenadora de Turismo, Economia Criativa e Artesanato do Sebrae/PR, apresentou ao público os eixos da estratégia do SEBRAE Paraná para o atendimento ao Setorial de Economia Criativa, no qual a indústria do audiovisual é uma das atividades prioritárias. A ideia é usar dados para tomada de decisão com base na inteligência do setor e, então, traçar ações de fortalecimento do ambiente, qualificação e ampliação de mercado. A previsão é que ainda neste ano, essa proposta seja ofertada por meio de projetos setoriais e iniciativas de atendimento digital.

O Sistema FIEP, em parceria com o SIAPAR, fez o lançamento oficial da Escola de Audiovisual do SENAI, com cursos ofertados na modalidade presencial e EAD, e em diferentes regiões do estado.

A PRFilm Commission e a Curitiba Film Commission, iniciativas recentes no estado que apoiaram o Inove SIAPAR e que estão facilitando e incentivando as produções audiovisuais no estado, fizeram apresentações separadas sobre seus resultados.

Redação O Diário de Maringá

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