A REPRESENTAÇÃO POLÍTICA

A REPRESENTAÇÃO POLÍTICA

Alexandre Garcia

No próximo 20 de julho, começam as convenções em que os partidos escolheram seus candidatos para as eleições municipais de 6 de outubro. Vão as convenções representar a vontade dos eleitores de seus partidos? Estão os partidos políticos representando verdadeiramente as diversas correntes ideológicas, doutrinárias, culturais, que fazem parte da vida e das diferentes raízes de seus eleitores? É bom lembrar, antes de mais nada, que os eleitores são os mandantes dos políticos – e esses, seus mandatários – já que em democracia o poder emana do povo. Estão os partidos sendo os reais representantes e defensores das expectativas, esperanças e necessidades do povo? Parece que não. E também parece que os partidos não querem encarar esse fato, porque não pretendem abandonar seu fisiologismo e sua distância do povo. Os partidos só se aproximam do povo em vésperas de eleição, como agora. Se nessa fase auscultam a origem do poder, parece que depois esquecem.
Os programas partidários são quase iguais. Emprego, desenvolvimento econômico, diminuição das desigualdades… Pergunte a um eleitor cujo casebre exibe na parede o cartaz de algum partido por 30 anos, se sua vida melhorou por ter sido votante fiel. Se teve saneamento, atendimento à saúde, segurança, ensino eficiente para os filhos, oferta de bom trabalho. Quais os resultados dos discursos, entrevistas, declarações, promessas nas redes sociais? Tornaram-se realidade? Os partidos políticos – com os bilhões de reais dos pagadores de impostos a garantir fundos para campanhas e para sustentar suas atividades – estão conscientes de que devem satisfações à origem do poder e do dinheiro que os sustenta?

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A recente eleição para o Parlamento Europeu mostrou como as correntes políticas tradicionais, a social democracia e a democracia cristã, com todo desenvolvimento europeu, não estão conseguindo dar respostas às necessidades de seus cidadãos. Imagino como estão se sentindo também os dois partidos americanos, em ano eleitoral - democratas e republicanos - diante de um povo que venera Thomas Jefferson e Abraham Lincoln. Na Europa, o eleitor votou em novas forças e as velhas oligarquias limitam-se a tentar desqualificar as novidades, carimbando-as de populismo. Macron chama de fascismo. Mas o povo europeu sente que os oligarcas falharam, com imigrações descontroladas e importação do modismo woke americano. São os mesmos desde o fim da II Guerra e não querem largar o poder mas o povo avisou, nessa eleição do Parlamento Europeu, que vai tirá-los. Lá, pelo menos, todos garantem a liberdade de expressão. 

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Lá como cá os partidos - vale dizer, seus  “donos”- vão ter que mudar se quiserem ficar. Não adianta rotular a novidade; é preciso conhecer a vontade atual de seu patrão, o brasileiro. Estão tentando enfiar goela abaixo do povo idéias estranhas ao espírito nacional - e vão perder. Bobagens importadas e geradas por elites supostamente progressistas, não são sequer compreendidas. Ainda não estamos na torre de marfim de discussões intelectuais; nosso chão é mais embaixo. Estamos precisando de saneamento, esgoto, água tratada, saúde básica, ensino de verdade, segurança, proteção à vida e à propriedade e respeito a um povo que pouco tem, mas percebe quando um político está mentindo e quando um partido já não está à altura da expectativa.

Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

Alexandre Eggers Garcia nasceu em Cachoeira do Sul, no dia 11 de novembro de 1940. Atua diariamente em seu canal no Youtube, com mais de 2,7 mi de inscritos; no twitter, mais de 4,3 mi de seguidores; no Instagram, mais de 2,1 mi de seguidores. Escreve semanalmente para dezenas de jornais, inclusive de oito capitais; fala diariamente em cerca de 300 emissoras de rádio; na Revista Oeste escreve coluna semanal, faz comentários diários, em áudio, além de comentarista em vídeo, ao vivo, às sextas-feiras no “Oeste Sem Filtro”; e realiza palestras sobre a atualidade brasileira. Foi primeiro lugar no vestibular e em todo curso de jornalismo na PUC/RS, onde foi presidente do Centro Acadêmico; foi professor de jornalismo na PUC/RS e no UNICEUB/DF. Foi repórter por 10 anos no Jornal do Brasil; subsecretário de imprensa por 18 meses com o Presidente Figueiredo; por sete anos na Bloch: foi articulista e diretor de redação da Revista Manchete e Revista Mulher de Hoje; Foi diretor e apresentador na TV Manchete; repórter, apresentador, diretor em Brasília na Rede Globo, por 32 anos; integrou ‘Liberdade de Opinião” na CNN Brasil por 15 meses; na Jovem Pan, integrou por 18 meses, o quadro de comentaristas em vídeo, ao vivo, no “Os Pingos Nos Is”, e também comentários diários em vídeo, de cinco minutos; e no Canal Rural, comentarista em vídeo, por 2 anos e 3 meses. Cobriu guerras no Líbano, Angola e Malvinas/Falklands. Atuou como enviado especial na Argentina, Chile, Uruguai, Colômbia, Peru, Paraguai, México, Estados Unidos, Japão, China, Marrocos, Angola, África do Sul, Espanha, Itália, França, Alemanha, Israel e Líbano. Autor de “João Presidente” e “Nos Bastidores da Notícia”, que foi best-seller nos anos 90. Recebeu as medalhas do Mérito Legislativo do Estado de São Paulo e Brigadeiro Tobias, da PMSP. Condecorado pela Rainha Elisabeth II com a Ordem do Império Britânico. Detém a Ordem do Rio Branco, Ordem do Mérito Militar, Ordem do Mérito Aeronáutico, Ordem do Mérito Naval, Ordem do Mérito da Justiça Militar, Ordem do Mérito da Justiça do Trabalho, Medalhas do Pacificador, Tiradentes/PMDF, Santos Dumont, Tamandaré, Exército, Cordeiro de Farias, Mascarenhas de Moraes, Marechal Deodoro, Mérito Alvorada, Defesa Civil, Oswaldo Cruz, Mérito Tocantins. Doutor honoris-causa da UNICECAP; cidadão honorário de Brasília, onde reside há 47 anos.

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