Lula demite ministro acusado por suposto assédio, mas Sarandi pode eleger condenado por ato libidinoso contra menor?
Na última sexta-feira (6/9), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a demissão de Silvio Almeida do cargo de ministro de Direitos Humanos, após o renomado advogado e ativista antirracista ser acusado de assédio sexual. As acusações, que Almeida nega, vieram a público na quinta-feira (5/9), através da organização Me Too Brasil, que coleta denúncias de assédio e violência de gênero. A denúncia foi revelada pelo portal Metrópoles, causando grande repercussão e levando o governo federal a agir rapidamente.
Enquanto isso, em Sarandi, a situação política segue um caminho controverso. De Paula candidato à prefeitura, condenado em primeira instância por atos libidinosos praticados contra uma adolescente de 14 anos, continua concorrendo normalmente às eleições com apoio de políticos que se dizem conservadores e que defendem a familia e a liberdade . O contraste entre as respostas aos casos de assédio e abuso sexual nas esferas federal e municipal levanta uma questão: para os eleitores de Sarandi, esse histórico do candidato De Paula não é considerado grave o suficiente para influenciar sua escolha nas urnas?
A candidatura de De Paula gera um debate sobre os limites da ética e da moralidade na política local. Se for eleito, será que os moradores poderão cobrar dele uma postura ética na condução das finanças públicas ou no tratamento dos servidores do município? A pergunta que fica é se os eleitores de Sarandi estão cientes das implicações de colocar no poder um candidato que já carrega uma condenação por um crime tão grave, o que pode trazer consequências tanto para a imagem da cidade quanto para o futuro de sua administração.
Este caso não se limita a uma simples disputa eleitoral. O povo de Sarandi, ao eleger De Paula com esse histórico, também assume a responsabilidade por seu comportamento futuro, seja na condução das finanças do município ou, quem sabe, em possíveis novos casos de assédio, desta vez contra servidoras da própria administração pública.