Múltiplos empréstimos consignados possuem algumas regras

Múltiplos empréstimos consignados possuem algumas regras

O empréstimo consignado é uma modalidade de crédito amplamente utilizada no Brasil, especialmente por aposentados, pensionistas do INSS, servidores públicos e empregados de empresas privadas com carteira assinada. Por se tratar de um empréstimo com parcelas descontadas diretamente na folha de pagamento ou no benefício, o consignado oferece vantagens como taxas de juros mais baixas e menor risco de inadimplência, tornando-se uma alternativa atrativa para quem precisa de crédito.

Contudo, muitas pessoas se questionam se é possível contratar mais de um empréstimo consignado simultaneamente. A resposta para essa questão envolve o entendimento das normas relacionadas à margem consignável, o limite estabelecido por lei para que o tomador do crédito não comprometa uma parcela excessiva de sua renda mensal com empréstimos.

O que é a margem consignável?

A margem consignável é o limite máximo de comprometimento da renda mensal de uma pessoa com o pagamento de empréstimos consignados. No Brasil, a legislação atual permite que até 35% da renda líquida mensal de um indivíduo seja destinada ao pagamento de dívidas consignadas.

Esse limite de 35% é dividido da seguinte forma: 30% pode ser destinado ao pagamento de parcelas de empréstimos consignados, enquanto os outros 5% são reservados exclusivamente para gastos com o cartão de crédito consignado.

Esse modelo visa garantir que o tomador do crédito mantenha uma parte significativa de sua renda disponível para outras despesas. Assim, quem recebe um salário ou benefício de R$ 3.000,00, por exemplo, pode comprometer até R$ 900,00 com empréstimos consignados, sendo R$ 150,00 (5%) destinados ao cartão de crédito consignado e R$ 750,00 (30%) às parcelas dos empréstimos.

Contratação de múltiplos empréstimos consignados

É permitido contratar mais de um empréstimo consignado simultaneamente, desde que o valor das parcelas totais não ultrapasse o limite da margem consignável.

A cada novo empréstimo contratado, é necessário verificar o espaço disponível na margem, de forma que o solicitante possa continuar cumprindo com os pagamentos sem comprometer sua renda além do limite permitido.

A contratação de vários consignados é viável, pois cada instituição financeira realiza os descontos diretamente na folha de pagamento ou no benefício. Essa prática confere segurança ao banco ou instituição credora, reduzindo o risco de inadimplência e permitindo que as taxas de juros aplicadas sejam mais baixas em comparação com outras modalidades de crédito.

Para aqueles que já têm um ou mais empréstimos e estão interessados em contratar um novo, mas têm a margem consignável comprometida, algumas alternativas podem ser consideradas para liberar margem, permitindo a obtenção de crédito adicional.

Como liberar margem para novos empréstimos consignados

Se a margem consignável estiver totalmente comprometida, existem estratégias que podem auxiliar na liberação de espaço para novos empréstimos, é o que ensina o especialista da área e CEO da Carrera Carneiro, Corban especializado na concessão de empréstimos consignados com foco no conceito smart money. Entre as alternativas mais comuns estão:

  1. Quitação antecipada de empréstimos: a quitação antecipada de um empréstimo consignado em andamento é uma das formas de liberar margem. Ao quitar uma dívida existente, o tomador de crédito abre espaço na margem consignável, possibilitando a contratação de um novo empréstimo. A quitação antecipada, além de liberar a margem, pode trazer economia em juros, mas é importante avaliar se há saldo financeiro para essa operação.
  2. Portabilidade de empréstimos: a portabilidade permite que o tomador de crédito transfira a dívida para outra instituição financeira que ofereça condições mais vantajosas, como juros menores e prazos de pagamento diferenciados. Com essa transferência, é possível reduzir o valor das parcelas, liberando parte da margem consignável para a contratação de novos créditos.
  3. Refinanciamento: o refinanciamento é uma opção para quem busca mais crédito sem precisar quitar integralmente as dívidas atuais. Nessa modalidade, o prazo de pagamento do empréstimo é estendido, o que reduz o valor das parcelas mensais. Ao reduzir o montante das parcelas, o tomador consegue liberar margem consignável e contratar um novo empréstimo.


Cuidados ao contratar mais de um empréstimo consignado

Ainda de acordo com o CEO da Carrera Carneiro, embora seja permitido contratar mais de um empréstimo consignado, é necessário cautela. “O comprometimento excessivo da renda mensal com dívidas pode impactar a estabilidade financeira e dificultar o pagamento de outras despesas essenciais”.

É recomendado que os tomadores de crédito analisem a real necessidade de obter um novo empréstimo e considerem os seguintes cuidados:

  • Planejamento financeiro: antes de contratar um novo empréstimo, é importante fazer um planejamento financeiro detalhado. A análise das receitas e despesas mensais ajuda a verificar se há espaço no orçamento para uma nova parcela sem comprometer a qualidade de vida.
  • Acompanhamento da margem consignável: monitorar regularmente a margem consignável é fundamental para evitar a contratação de empréstimos que ultrapassem o limite permitido. Além disso, o acompanhamento constante ajuda a evitar surpresas financeiras e a manter o controle sobre o nível de endividamento.
  • Reserva para despesas emergenciais: é recomendável que o tomador mantenha uma reserva financeira para situações emergenciais. Contrair vários empréstimos pode comprometer a renda e dificultar a administração financeira em caso de imprevistos.

Para finalizar, o especialista em crédito consignado e CEO da Carrera Carrera, acrescenta que o crédito consignado, seja ele um empréstimo para aposentado, empréstimo BPC, ou qualquer outro dentro dessa modalidade, por suas características de segurança e taxas mais acessíveis, representa uma alternativa atrativa para quem busca crédito.

“No entanto, a possibilidade de contratar múltiplos empréstimos requer um entendimento claro das regras sobre a margem consignável, além de planejamento financeiro cuidadoso para evitar o endividamento excessivo”, complementa.

DINO