Recovery: prática pode melhorar a musculatura pós-treino
Depois do lockdown da pandemia do Covid-19 entre 2019 e 2021, muitas pessoas começaram a praticar esportes para melhorar tanto o condicionamento físico quanto a saúde mental. Segundo dados da Associação Brasileira de Corrida de Rua (ABCR), divulgados pela VEJA, a corrida é praticada por 13 milhões de brasileiros. Alguns fatores que podem contribuir para essa adesão é o fato de ser um esporte em que o corredor compete com o seu próprio tempo, consegue fazer seus próprios horários e independe de locais físicos ou equipamentos.
Porém, para conseguir ter um bom proveito do treino, alguns cuidados musculares pós corrida são necessários, pois durante a atividade física as fibras se rompem e precisam se regenerar adequadamente para refletirem em um bom rendimento. O recovery, prática que consiste em três passos – crioterapia, meias de compressão e liberação miofascial – pode ser feito em casa depois do esforço.
De acordo com João Paulo Pachela, profissional de educação física e treinador da Keep Running, a técnica é aplicada majoritariamente para atletas, mas também pode ajudar a aliviar o estresse de uma semana difícil. “A ideia do recovery é promover uma recuperação mais acelerada do organismo como um todo a partir de situações de estresse, seja ele provocado pela atividade física ou alguma situação mais complicada que tenha acontecido e que tenha causado um desgaste maior”, explica.
A crioterapia consiste em colocar a parte dolorida do corpo em água gelada ou gelo por até 20 minutos imersa em uma banheira, bacia grande ou piscina pequena para uma ação anti-inflamatória. Neste caso, Pachela recomenda a água entre 5 a 10 graus para trazer alívio à região. A segunda técnica, de meias de compressão, proporciona uma tensão física na área afetada e pode ser usada até mesmo dormindo. Já a liberação miofascial é uma massagem aplicada em pontos específicos para a liberação do estresse e relaxamento.
“Com relação às modalidades para quais o recovery é indicado, acho que todas aquelas modalidades que criam uma demanda metabólica ou muscular mais exacerbada, os esportes de endurance, como a corrida, o ciclismo e natação, formando o triatlo”, conta o treinador da Keep Running.
Para não forçar a musculatura e também proporcionar a sensação de alívio depois dos treinos, João Paulo recomenda atividades de baixa intensidade. “Alongamentos leves para sentir esticar um pouco, mas mantendo a sensação de bem-estar, são uma ótima pedida”, afirma.
Ajuda profissional
Apesar de serem técnicas que podem ser feitas em casa, o recovery pode precisar de acompanhamento profissional caso o esportista sinta alguma dor mais intensa. “A partir do momento que existe a lesão é o fisioterapeuta que precisa ser procurado e é ele quem norteia toda a conduta que será usada, como ao médico cabe o diagnóstico e a prescrição do tratamento. Já o educador físico deve ser procurado quando você precisa treinar para algo, quando precisa ingressar em um programa de atividade física”, resume Pachela.
A importância da atividade física
A recomendação da OPAS e da Organização Mundial da Saúde (OMS), é fazer entre 150 a 300 minutos de atividade física aeróbica moderada a vigorosa por semana, para todos os adultos. Para crianças e adolescentes, a recomendação é uma média de 60 minutos diários.
De acordo com um estudo histórico de 15 anos de pesquisa publicado no Journal of the American College of Cardiology e noticiado pela National Geographic, correr de 5 a 10 minutos por dia resulta no ganho médio de três anos a mais na expectativa de vida.
Para mais informações, basta acessar: @keeprunningbrasil