Brasil enfrenta desafios para garantir estoques regulares nos bancos de sangue
Brasil enfrenta desafios para garantir estoques regulares nos bancos de sangue
Em 25 de novembro, data em que se celebra o Dia Nacional do Doador de Sangue, especialista explica quais os critérios para doar, onde doar, além de desmitificar alguns mitos
No próximo 25 de novembro, o Brasil celebra o Dia Nacional do Doador de Sangue, uma data essencial para reforçar a importância deste gesto altruísta, que é fundamental para salvar vidas. O País enfrenta desafios para garantir estoques regulares nos bancos de sangue e, sendo assim, o mês de novembro foi escolhido por preceder um período de estoques ainda mais baixos, devido à proximidade das férias e das datas comemorativas de final de ano. De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 1,4% da população brasileira doa sangue regularmente. Embora esse número seja significativo, ele está aquém da meta recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que estima que 3% da população deva ser doadora para garantir a disponibilidade adequada de sangue, especialmente em momentos de emergência.
A enfermeira e coordenadora do curso de Enfermagem da Estácio, Rosi Muller, destaca a relevância da doação de sangue para a saúde pública. “O sangue é crucial para atender a emergências médicas. Não conseguimos sintetizar sangue artificialmente, por isso a doação é essencial para salvar vidas”, afirma. Ela explica que, no banco de sangue, o material coletado é separado em componentes como plasma, plaquetas e hemácias, cada um com uma função vital para diferentes tipos de tratamentos. Pacientes com doenças crônicas, como leucemia, e aqueles que sofrem acidentes ou complicações durante cirurgias e partos, dependem diretamente desses componentes. “Se não tivermos um bom estoque, as vidas desses pacientes ficam em risco”, adverte a professora.
Critérios – Apesar de sua importância, a doação de sangue envolve alguns critérios para garantir a segurança tanto do doador quanto do receptor. De acordo com a professora Rosi, quem deseja doar precisa atender a requisitos básicos como ter entre 16 e 69 anos, pesar acima de 50 kg e estar em boas condições de saúde. Também é necessário estar livre de doenças infecciosas, como gripes e resfriados, e evitar a doação caso tenha realizado procedimentos invasivos, como tatuagens ou piercings, nos últimos meses. A triagem feita pelos bancos de sangue também é rigorosa. Antes da coleta, o doador passa por uma entrevista confidencial sobre seu histórico médico e hábitos de vida, além de exames laboratoriais para detectar doenças transmissíveis, como HIV, hepatite e sífilis. “O processo de triagem é fundamental para garantir que o sangue coletado seja seguro tanto para quem recebe quanto para quem doa”, explica Rosi.
Mitos e Verdades – Ao longo dos anos, muitos mitos sobre a doação de sangue têm circulado, o que pode desmotivar potenciais doadores. A professora Rosi desmistifica alguns deles: “Doar sangue não faz mal à saúde. A quantidade retirada é segura e o corpo repõe o sangue perdido em até 24 horas. Não há risco de fraqueza permanente”, afirma. Outro mito comum é que a doação pode afetar o peso corporal, seja para engordar ou emagrecer, o que também não é verdade. “A doação de sangue não altera o metabolismo e o ganho ou perda de peso não está relacionado à doação”, explica.
A doação de sangue, segundo Rosi, é um ato de amor e solidariedade. “É um gesto voluntário e altruísta, que pode salvar vidas sem esperar nada em troca. O impacto positivo na sociedade é imenso, pois estamos ajudando alguém que muitas vezes nem conhecemos”, afirma. Ela ressalta que, ao doar, o indivíduo se torna parte de uma rede de apoio fundamental para o funcionamento dos serviços de saúde, contribuindo para o bem-estar coletivo. No entanto, a especialista alerta que, mesmo com o crescente número de doadores, a demanda continua alta. “Precisamos de uma contribuição constante. A doação de sangue não é algo pontual, ela precisa ser feita de maneira regular”, afirma, destacando que os estoques de sangue devem ser mantidos em níveis adequados para garantir atendimento a todas as necessidades, tanto as emergenciais quanto as programadas.
Para quem se interessa em contribuir com essa causa, basta procurar um dos centros de coleta de sangue espalhados pelo país. Os bancos de sangue, geralmente localizados em hospitais e hemocentros, recebem doações durante todo o ano. O Dia Nacional da Doação de Sangue é uma data para divulgar e reforçar para que mais pessoas se tornem doadoras regulares. “O processo de doação é rápido, seguro e não causa grandes desconfortos. Doar sangue é um ato de amor e cuidado com o próximo”, informa Rosi.