É o “cidadão” que emporcalha a cidade: falta de consciência agrava problemas urbanos

É o “cidadão” que emporcalha a cidade: falta de consciência agrava problemas urbanos

Uma cidade limpa não é aquela que mais se limpa, mas sim a que menos se suja. Essa premissa simples traz à tona uma verdade incontestável: a responsabilidade pela preservação da limpeza urbana começa com cada um de nós, cidadãos. Antes de ser uma obrigação do município, manter nossa cidade sem lixo é um compromisso individual, uma demonstração de respeito ao lugar em que vivemos e à coletividade.

Flagrante de ato criminoso em Maringá

A limpeza e organização do espaço público passam, inevitavelmente, pelo cuidado com o espaço privado. Cada cidadão tem o dever de manter seus terrenos e casas em condições higiênicas, as calçadas conservadas e livres de buracos. Por sua vez, o poder público deve cumprir sua parte, garantindo a coleta regular de resíduos e a manutenção das áreas comuns. Contudo, nada disso é suficiente se continuarmos a descartar sofás, colchões, garrafas, sacolas plásticas e outros itens de forma irregular.

O exemplo do Japão: disciplina e eficiência na gestão de resíduos

O Japão, um país com mais de 126 milhões de habitantes em uma área de apenas 377.975 km², mostra como é possível enfrentar desafios urbanos com responsabilidade. Baseado nos 3Rs (Reduzir, Reciclar e Reutilizar), o Japão implementou uma cultura de separação minuciosa dos resíduos, que começa dentro de cada lar e é obrigatória para todos.

A gestão eficiente de resíduos é uma questão nacional, apoiada por leis rigorosas e economia circular. Um exemplo notável é o município de Kamikatsu, que atingiu um índice de reciclagem de 81%. Nacionalmente, o Japão reutiliza 96% do lixo coletado, graças a processos com aproveitamento energético e separação detalhada.

O custo do descarte é pago por quem gera o lixo. Os resíduos são separados por categoria em sacos específicos, comprados no mercado já com taxas e impostos inclusos. A conscientização é reforçada por cartilhas detalhadas distribuídas pelas prefeituras, garantindo que todos saibam como contribuir para o sistema.

Responsabilidade e mudança de atitude

Essa conduta no Japão serve de inspiração: a mudança começa com cada cidadão, dentro de sua casa. No Brasil, o descarte irregular sobrecarrega os sistemas de saúde pública, como UBSs e UPAs, além de degradar o ambiente urbano. No trânsito, o desrespeito às leis também reflete nossa falta de consciência coletiva.

É urgente mudarmos de atitude. Cuidar do próprio quintal, manter calçadas e terrenos em boas condições, descartar resíduos corretamente e respeitar as leis de trânsito são ações simples que fazem grande diferença. Quando cada um faz sua parte, as estruturas públicas são mais bem aproveitadas, e todos ganham com uma cidade mais segura, saudável e sustentável.

A manchete da matéria pode parecer difícil de aceitar, mas reflete a pura realidade: a limpeza pública começa nos terrenos e propriedades privadas. É fundamental compreender que essa responsabilidade é nossa, e não apenas do poder público. Sem essa conscientização, o problema jamais será resolvido.

Maringá conta com diversos pontos adequados para o descarte de lixo. Não há justificativa para descartá-lo de forma irregular ou em locais inadequados.

O futuro da nossa cidade está em nossas mãos. Vamos fazer a diferença!

Gilmar Ferreira

Gilmar Ferreira

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