Homens gays no sacerdócio: Vaticano aprova diretrizes inclusivas

Homens gays no sacerdócio: Vaticano aprova diretrizes inclusivas

O Vaticano deu um passo inesperado ao aprovar novas diretrizes dos bispos italianos que permitem a entrada de homens gays nos seminários, desde que se comprometam a viver em celibato. A decisão marca um ajuste na abordagem da Igreja Católica em relação à formação de futuros padres e foi anunciada na última quinta-feira (9) no site da Conferência dos Bispos Italianos.

Embora o Vaticano nunca tenha proibido explicitamente a entrada de homens gays no sacerdócio, diretrizes anteriores, como a instrução de 2016, restringiam a admissão de candidatos com “tendências homossexuais profundamente arraigadas”. O novo documento, no entanto, orienta os diretores de seminários a considerarem a orientação sexual como apenas um dos aspectos da personalidade dos candidatos, promovendo uma avaliação mais ampla.

“As tendências homossexuais no processo de formação devem ser analisadas dentro do contexto completo da personalidade do jovem”, afirmam as diretrizes, que foram aprovadas pelos bispos italianos em novembro de 2024 e terão validade experimental de três anos, conforme confirmado pelo gabinete do clero do Vaticano.

Zé Bonitinho e a liberdade de expressão

Desde o início de seu pontificado em 2013, o Papa Francisco tem sido visto como mais acolhedor em relação à comunidade LGBTQ. Ele já permitiu, em casos específicos, que padres abençoassem casais do mesmo sexo. No entanto, a admissão de homens gays no sacerdócio permanece um tema sensível. Muitos padres gays ainda relatam temores em abordar sua sexualidade abertamente, em meio ao estigma persistente.

Igreja Católica aceitará homossexuais em seminários na Itália

Francisco apoiou a instrução de 2016, que por sua vez atualizou um documento de 2005 assinado pelo Papa Bento XVI. Ele também enfatizou a importância de uma avaliação criteriosa dos seminaristas, alertando repetidamente que padres envolvidos em relações sexuais deveriam reconsiderar sua vocação.

O tema, entretanto, segue controverso. Em uma reunião a portas fechadas no ano passado, o Papa Francisco usou uma expressão considerada depreciativa ao se referir à homossexualidade em seminários, o que levou o Vaticano a emitir um raro pedido de desculpas.

A nova diretriz reflete uma tentativa de equilibrar a doutrina tradicional com uma abordagem pastoral mais inclusiva, enquanto a Igreja busca adaptar-se às questões contemporâneas.

Redação O Diário de Maringá

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