Dilma, Bolsonaro e Lula: quanto de gasolina o salário mínimo podia comprar em cada governo?
O preço da gasolina e sua relação com o poder de compra do salário mínimo têm sido temas recorrentes no debate econômico e político no Brasil. Uma análise comparativa entre os governos de Dilma Rousseff (2011-2016), Jair Bolsonaro (2019-2022) e Luiz Inácio Lula da Silva (2023-2026) revela diferenças significativas no impacto do custo do combustível no bolso do consumidor.
Contexto no Governo Dilma (2016):
No último ano do governo Dilma Rousseff, em 2016, o salário mínimo era de R880,00 e a gasolina R$3,87 por litro. Com esse valor, um trabalhador que recebia o piso nacional poderia comprar 235 litros de gasolina. Esse cenário refletia um poder de compra maior em comparação com os anos seguintes, especialmente durante o governo Bolsonaro.
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Contexto no Governo Bolsonaro (2022):
Em 2022, durante o governo Bolsonaro, o preço da gasolina atingiu seu pico histórico em maio daquele ano, chegando a R$ 7,28 por litro, com um salário mínimo de R$ 1.212,00. Com esse valor, um trabalhador que recebia o piso nacional poderia comprar aproximadamente 166,48 litros de gasolina. Isso representa uma queda significativa no poder de compra em relação ao governo Dilma, com uma diferença de 68 litros a menos.
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Em um movimento considerado por muitos como eleitoreiro às vésperas das eleições, o governo Bolsonaro reduziu temporariamente os impostos sobre combustíveis, como o PIS/Cofins e a CIDE, para aliviar o impacto nos preços. No entanto, essa medida gerou críticas, pois prejudicou a arrecadação de estados e municípios, que dependem desses tributos para financiar serviços públicos.
Contexto no Governo Lula (2024):
Já em 2024, no governo Lula, o preço da gasolina, com todos os impostos inclusos, ficou, em média, em R$ 6,29 por litro. Com o salário mínimo de R$ 1.412,00, o poder de compra do trabalhador aumentou: era possível adquirir aproximadamente 224,48 litros de gasolina com um salário mínimo. Isso representa um aumento de 57,31 litros em comparação com o período de Bolsonaro e uma recuperação parcial em relação ao governo Dilma, embora ainda abaixo dos 235 litros de 2016.
Análise:
A comparação mostra que, em 2024, um trabalhador que recebe o salário mínimo consegue comprar mais de um tanque cheio de gasolina (considerando que a maioria dos carros tem tanque de 50 litros) em relação ao período de 2022. Enquanto no governo Bolsonaro o salário mínimo permitia comprar cerca de 167 litros, no governo Lula esse número subiu para 224 litros. No entanto, ainda está abaixo dos 235 litros que eram possíveis no último ano do governo Dilma.
No entanto, é importante destacar que a redução temporária de impostos no governo Bolsonaro, embora tenha aliviado momentaneamente o bolso do consumidor, gerou impactos negativos nas contas públicas de estados e municípios. Já no governo Lula, a manutenção dos impostos e a política de reajuste do salário mínimo parecem ter equilibrado melhor a equação entre arrecadação e poder de compra.
Conclusão:
A análise dos dados revela que, em termos de poder de compra da gasolina, o trabalhador brasileiro está em uma situação mais favorável em 2024 do que em 2022, mas ainda abaixo do patamar de 2016, no governo Dilma.