Luiz Neto e Giselli Bianchini: afobados ou mal informados em suas propostas?
Da teoria à prática: vereadores precisam unir boas intenções a um profundo conhecimento da realidade
A vereadora Giselli Bianchini, após apresentar um projeto que desconsidera toda a rede de assistência pública e acolhimento já estabelecida para a população em situação de rua, repete um erro semelhante ao do vereador Luiz Neto. Assim como Neto, que propôs medidas para o trânsito que já estavam em vigor por desconhecer a legislação existente, Giselli parece ignorar as iniciativas que já funcionam no município, como equipes multidisciplinares, parcerias com a iniciativa privada e comitês intersetoriais.
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Atualmente, Maringá conta com uma ampla rede de apoio que inclui psicólogos, assistentes sociais, educadores sociais, equipes de abordagem, enfermeiros e médicos, além de programas de acolhimento, tratamento e inserção no mercado de trabalho. Essas ações são coordenadas por um comitê intersetorial que reúne diversas secretarias, órgãos públicos e organizações da sociedade civil, conforme estabelecido pelo Decreto nº 2026-2024, que institui a Política Municipal para a População em Situação de Rua.
No entanto, a proposta da vereadora parece ignorar essas conquistas, agindo como se nada tivesse sido feito antes de sua eleição. Além disso, o projeto desconsidera o direito fundamental de ir e vir, garantido pela Constituição, ao apostar em medidas punitivistas e truculentas para retirar as pessoas em situação de rua das vias públicas.
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Especialistas alertam que a abordagem proposta pela vereadora pode representar um retrocesso nas políticas públicas, já que despreza o trabalho integrado e humanizado que vem sendo realizado. Em vez de fortalecer as iniciativas existentes, o projeto corre o risco de fragilizar a rede de apoio e promover uma visão estigmatizante e repressiva em relação à população em situação de rua.
Enquanto a vereadora defende sua proposta como uma solução inovadora, o projeto é fruto de desconhecimento da realidade ou apenas uma estratégia para ganhar visibilidade política. O debate acende o alerta sobre a importância de alinhar novas propostas às políticas já consolidadas, garantindo que os avanços conquistados não sejam perdidos em nome de medidas populistas ou desconectadas da realidade.
Assim como Luiz Neto, que tentou “reinventar a roda”, Giselli Bianchini corre o risco de repetir o mesmo erro ao ignorar o trabalho já realizado em Maringá. A população espera que os representantes públicos atuem de forma responsável, valorizando as conquistas existentes e propondo melhorias que realmente somem às políticas já em andamento.
Veja o projeto: