Cris Lauer no Fio da Navalha: Conselho de Ética e Processo Colocam Mandato em Risco na Câmara de Maringá
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A vereadora Cris Lauer (NOVO) pode estar no caminho de mais um conflito na Câmara Municipal de Maringá. Desta vez, o motivo é o possível descumprimento ou desconhecimento do artigo 135 do Regimento Interno da Casa, que regula o comportamento dos parlamentares em plenário. Uma denúncia relacionada a essa infração pode colocá-la novamente na mira do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, com desdobramentos que vão desde uma suspensão temporária até a temida cassação do mandato.
O artigo 135 do Regimento Interno da Câmara de Maringá estabelece normas de conduta durante as sessões, exigindo dos vereadores respeito às regras de ordem e decoro. Caso uma denúncia formal seja apresentada, caberá aos vereadores decidir qual procedimento adotar. Uma suposta falta de familiaridade de Lauer com o regimento, aliada a episódios de atrito com colegas, pode motivar a reclamação.
Além do risco no Conselho de Ética, Cris Lauer enfrenta uma batalha jurídica que pesará sobre seu futuro político. A vereadora foi denunciada pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) por suspeitas de enriquecimento ilícito, relacionadas ao uso de um servidor público – seu ex-chefe de gabinete, para serviços de advocatícios pessoais, enquanto ele era remunerado com rescursos públicos. O MP chegou a pedir a perda do mandato, a suspensão dos direitos políticos e a devolução do dinheiro aos cofres municipais.
O cenário é incerto. Na Câmara, o Conselho de Ética, pode recomendar desde advertências leves até a abertura de um processo disciplinar mais grave, dependendo da denúncia. Se avançarmos, a decisão final sobre uma eventual cassação será votada em plenário, exigindo o apoio de dois terços dos 23 vereadores. Nos bastidores, a relação de Lauer com os colegas é tida como estremecida, o que pode complicar sua defesa.
Na Justiça, o estágio do processo por improbidade administrativa também será decisivo. “Do jeito que as coisas andam, não há garantia de que ela termine o mandato”, avalia um analista político local, que prefere não se identificar. A combinação de pressão interna na Câmara e o andamento da ação no MP coloca Lauer em uma posição delicada.