Mulheres ficam fora do mercado por cuidados não remunerados

Em todo o mundo, cerca de 708 milhões de mulheres estão fora da força de trabalho devido a responsabilidades de cuidado não remuneradas. O dado está na primeira página do estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) “The impact of care responsibilities on women’s labour force participation” – O impacto das responsabilidades de cuidado na participação das mulheres na força de trabalho, em português. Entre os homens, o número de pessoas afastadas do mercado pelo mesmo motivo é menor: 40 milhões.
De forma mais ampla, sem considerar apenas os cuidados não remunerados, cerca de 1,6 bilhão de mulheres estão fora da força de trabalho. O estudo da OIT aponta, na página 4, que essa realidade varia conforme a região. Nas Américas, por exemplo, 47% das mulheres na América Latina e no Caribe atribuem sua ausência do mercado de trabalho às responsabilidades de cuidado, enquanto na América do Norte esse percentual é de 19%.
Diante desse cenário e de outros fatores que impactam o papel da mulher na sociedade, a Organização das Nações Unidas (ONU) Mulheres escolheu para o Dia Internacional da Mulher de 2025, em 8 de março, o tema “Para todas as mulheres e meninas: direitos, igualdade e empoderamento”. A escolha reforça as preocupações apontadas no documento “Women’s rights in review 30 years after Beijing” – Os direitos das mulheres em revisão: 30 anos após Pequim, em português – na página 6, que destaca que quase um quarto dos governos ao redor do mundo relatam retrocessos nos direitos das mulheres.
Para Daniel Maximilian Da Costa, fundador e principal executivo do Latin American Quality Institute (LAQI), promover a equidade de gênero não é apenas uma questão social, mas também um fator estratégico para as empresas. “As organizações que não investem na inclusão das mulheres perdem competitividade, inovação e potencial de crescimento. O setor privado tem um papel fundamental em criar ambientes de trabalho que conciliem produtividade e qualidade de vida, garantindo que o talento feminino não seja desperdiçado por falta de políticas de apoio”, destaca.