Vereador Luiz Neto: Discurso de campanha diverge de prestação de contas, levantando questionamentos sobre coerência

Luiz Neto: Do milhão em dinheiro vivo à verba do partido
Durante a campanha eleitoral, Luiz Neto, eleito pelo partido Agir, destacou em suas redes sociais e discursos um posicionamento que sugeria independência financeira e um suposto compromisso de não depender de recursos públicos, como o fundo eleitoral, para custear sua candidatura. No entanto, uma análise preliminar da prestação de contas do parlamentar, agora disponível para consulta pública, revela um cenário que parece contrastar com as promessas feitas aos eleitores.
Inicialmente, a campanha de Luiz Neto chamou a atenção por um fato curioso: em sua declaração inicial de patrimônio, o candidato esqueceu de mencionar que possuía mais de R$ 1 milhão em dinheiro vivo. Somente após ser questionado pelo jornal O Diário de Maringá, ele retificou a declaração para a Justiça Eleitoral, incluindo o valor milionário. Agora, com a divulgação da prestação de contas oficial, surge um novo ponto de controvérsia: o suposto uso de recursos oriundos do fundo partidário, algo que Neto havia enfatizado que não faria.
De acordo com os dados registrados na prestação de contas, mais de 10% do total arrecadado pela campanha de Luiz Neto veio de uma doação direta do partido Agir. Embora o uso de recursos do fundo partidário por candidatos não seja ilegal – estando previsto na legislação eleitoral brasileira –, a questão aqui não é de legalidade, mas de alinhamento entre o discurso adotado pelo vereador e suas práticas. Afinal, de onde o partido Agir, como tantos outros, obtém seus recursos senão do fundo partidário, uma verba pública destinada ao funcionamento das legendas e ao financiamento de campanhas?