O preço do poder: Bolsonaro agora sente o peso da lei e do abandono popular
Para quem esperava um milhão de pessoas no evento de hoje, Bolsonaro precisou se contentar com pouco mais de 18 mil
Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, construiu sua imagem como um líder implacável, que desafiava adversários e mobilizava massas. No entanto, os acontecimentos recentes, especialmente o ato no Rio de Janeiro em 16 de março de 2025, revelam um retrato bem diferente: um homem acuado, temeroso e sem o apoio que outrora ostentava. A transformação de Bolsonaro, de “homem forte” para “chorão”, reflete o colapso de sua influência e a iminência de possíveis consequências judiciais.
Quem ganha e quem perde com a manifestação de Bolsonaro no Rio
O Palanque Vazio: A Solidão de um Ex-Líder
O evento no Rio de Janeiro foi planejado para ser uma grande demonstração de força, mas a realidade foi bem diferente. O público presente foi modesto e a ausência de figuras políticas influentes deixou um palanque esvaziado, simbolizando seu isolamento. Aquele que um dia comandou um exército fiel de seguidores e tinha a lealdade de parlamentares agora se encontra abandonado. O silêncio de seus antigos aliados ecoa mais alto do que qualquer discurso inflamado que ele pudesse proferir.
Flopou: Malafaia não abre transmissão de ato de Bolsonaro; imagens mostram manifestação esvaziada
A Fraqueza do Pedido de Anistia: Medo, Não Coragem
Em vez de reafirmar sua inocência ou rebater as acusações, Bolsonaro usou o evento para pedir anistia. Esse gesto revela mais sobre seu estado emocional do que qualquer palavra dita. Seu discurso foi marcado por um tom de desespero, um clamor por clemência que destoa da bravata habitual. Quem já desafiou abertamente o STF e o presidente Lula agora se apresenta como vítima, tentando evitar uma condenação iminente. Esse comportamento evidencia que o temor da prisão substituiu qualquer resquício de coragem política.
O Declínio do Mito: Quando a Força Virou Choro
Bolsonaro cultivou a imagem de um líder destemido, elevado ao status de “mito” por seus seguidores. No entanto, a narrativa de um guerreiro incansável desmoronou diante dos recentes acontecimentos. O ato de 16 de março revelou um ex-presidente fragilizado, mais preocupado com sua liberdade do que com a luta política. Aquele que um dia desafiou o sistema agora clama por misericórdia, uma mudança drástica que enterra sua identidade pública de combatente indomável.
Abaixo, um vídeo das bravatas de Bolsonaro, quando prometia que Lula e outros integrantes do PT apodreceriam na cadeia — um contraste gritante com o Bolsonaro de hoje, que chora enquanto pede clemência e anistia para seus possíveis crimes.
A Estratégia Falha: Fugindo da Luta que Ele Mesmo Criou
Se quisesse manter sua relevância, Bolsonaro poderia ter usado o evento para apresentar uma defesa sólida, rebater as acusações com argumentos ou mobilizar sua base de forma estratégica. No entanto, escolheu o caminho do vitimismo, reforçando a percepção de fraqueza. Essa abordagem não apenas fracassou em atrair novos apoiadores, como afastou aqueles que ainda lhe restavam. O “homem forte” de outrora não encontrou outra saída a não ser a lamentação pública, em um claro sinal de que seu reinado se aproxima do fim.
O Tribunal da Opinião Pública: Condenado Antes do Julgamento
A repercussão do ato foi implacável. A imprensa e analistas políticos interpretaram o evento como um marco do declínio de Bolsonaro. A ausência de aliados de peso, o público reduzido e o tom de desespero de seu discurso consolidaram a narrativa de que seu tempo acabou. Aquele que já foi temido pelo establishment agora é visto como um líder decadente, sem força e sem perspectiva de reabilitação política.
O Bolsonaro de 2025 é uma sombra do que já foi. Sem a proteção do cargo, sem aliados influentes e com processos se acumulando, ele perdeu a postura de intocável. O evento no Rio de Janeiro não foi uma afirmação de força, mas um epitáfio político. O mito que prometia resistir até o fim agora luta apenas para se manter fora da prisão. Seu discurso, antes carregado de desafio, agora é marcado pelo medo. A era Bolsonaro chegou ao seu crepúsculo, e ele parece saber disso.
Veja abaixo a matéria da Globo para o Fantastico sobre o evento
