BPW Brasil marca presença na 69ª Sessão da Comissão sobre a Situação da Mulher da ONU

A 69ª Sessão da Comissão sobre a Situação da Mulher (CSW 69) da Organização das Nações Unidas (ONU) está em andamento desde 10 de março na sede da organização, reunindo líderes globais, representantes governamentais e sociedade civil para discutir políticas e avanços em prol da igualdade de gênero. O evento, realizado anualmente, avalia os progressos na implementação da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim – um marco internacional na luta pelos direitos das mulheres adotado em 1995.

Representando o Brasil no encontro, Ali Lubascher, presidente da BPW Brasil e integrante da delegação do Ministério das Mulheres, destacou a necessidade de ações concretas para fortalecer a participação feminina em todas as esferas da sociedade. “A igualdade de gênero é fundamental para o desenvolvimento sustentável e para a construção de sociedades mais justas”, afirmou.

O papel das mulheres na agroecologia e justiça climática

Dentro da programação do evento, Lubascher participou do painel “Justiça Climática e Desenvolvimento: O Papel das Mulheres na Agroecologia”, que discutiu a importância da atuação feminina em práticas sustentáveis de produção agrícola e combate às mudanças climáticas. Ela ressaltou que as mulheres desempenham um papel essencial na preservação ambiental e na segurança alimentar global.

“As mulheres são guardiãs do conhecimento tradicional e protagonistas na produção de alimentos sustentáveis. O reconhecimento e valorização do trabalho feminino na agroecologia são fundamentais para a construção de um modelo econômico mais equilibrado e justo”, afirmou Lubascher.

Ela também enfatizou a necessidade de políticas públicas que apoiem o protagonismo feminino no campo e promovam maior acesso a recursos, capacitação e financiamento. “Investir nas mulheres rurais é investir na segurança alimentar, na biodiversidade e no futuro do planeta”, destacou.

Avanços e desafios no Brasil

Lubascher ressaltou as conquistas recentes do Brasil na promoção dos direitos das mulheres, citando a aprovação da Lei da Igualdade Salarial e Remuneratória entre Mulheres e Homens como um marco essencial. “Essa legislação nos traz dados fundamentais sobre desigualdades que persistem e representa um passo significativo na luta contra a discriminação de gênero no mercado de trabalho”, explicou.

Outro ponto abordado foi o combate à violência contra a mulher. Ela mencionou a importância de políticas públicas eficazes e de uma rede de apoio estruturada para garantir a segurança e autonomia das mulheres em situação de vulnerabilidade. “É essencial garantir a autonomia econômica das mulheres para que possam viver livremente e com dignidade”, afirmou, citando iniciativas como a Lei de reparação para órfãos do feminicídio e o auxílio-aluguel para mulheres vítimas de violência doméstica.

Brasil lidera compromisso global contra a fome e a pobreza

Durante a CSW 69, o Brasil teve um papel de destaque com a assinatura da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, um compromisso internacional que reúne países e organizações para erradicar a miséria no mundo. O documento foi assinado pela ministra do Ministério das Mulheres, Cida Gonçalves, presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), reforçando o engajamento do Brasil na busca por soluções estruturais para reduzir a desigualdade social e econômica.

Ali Lubascher celebrou a iniciativa e destacou a importância da inclusão da ONU Mulheres nessa aliança. “A adesão da ONU Mulheres fortalece ainda mais essa aliança, trazendo uma abordagem essencial para garantir que mulheres e meninas também sejam protagonistas na erradicação da pobreza e no acesso a oportunidades dignas”, afirmou.

Ao concluir sua participação, Lubascher reforçou o compromisso do Brasil com a igualdade de gênero e convocou a comunidade internacional a intensificar esforços na promoção dos direitos das mulheres. “Somente com a participação ativa de todos os setores da sociedade conseguiremos construir um futuro mais igualitário e livre de discriminação”, concluiu.

A 69ª Sessão da CSW segue até o dia 21 de março, promovendo debates sobre o empoderamento feminino e a implementação de políticas públicas que garantam o avanço dos direitos das mulheres em escala global.

Redação O Diário de Maringá

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