Consórcio fecha bimestre com forte alta nos negócios

No encerramento do primeiro bimestre do ano, o Sistema de Consórcios registrou alta de 25,9% nas vendas de cotas. Ao atingir 802,62 mil adesões superou o acumulado de 637,69 mil anotado no mesmo período do ano passado. Paralelamente, totalizou R$ 69,19 bilhões em negócios realizados, 39,9% maior que os R$ 49,45 bilhões do bimestre de 2024, segundo levantamento da assessoria econômica da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC).
Com total de 11,41 milhões de consorciados ativos em fevereiro, a modalidade alcançou um novo recorde, ficando 9,3% acima dos 10,44 milhões anotados naquele mês do ano passado.
No acompanhamento mensal, iniciado há pouco mais de três anos no primeiro mês de 2022, o volume de participantes apontava 8,21 milhões. Em fevereiro deste ano, a soma bateu mais um recorde ao completar 11,41 milhões. Passados 38 meses consecutivos de constante evolução, o crescimento foi de 39,0%. Houve apenas uma retração: abril de 2023.
No momento em que os créditos podem ser transformados em bens e serviços, o acumulado de consorciados contemplados do bimestre atingiu 344,68 mil, 20,6% superior aos 285,80 mil daquele bimestre de 2024. A correspondente concessão de créditos contou com R$ 21,88 bilhões, potencialmente injetados na economia, 43,7% acima dos R$ 15,23 bilhões do ano anterior.
“Os bons resultados observados nos últimos anos”, afirma Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC, “demonstram o quanto o consumidor vem exercendo sua atitude em planejar as finanças pessoais. Tal postura reafirma maior conhecimento sobre a essência da educação financeira e sinaliza maturidade para realização de desejos pessoais e para investimentos por meio do consórcio, a forma mais simples e econômica de poupar com objetivo definido”, completa.
O tíquete médio de fevereiro chegou a R$ 90,21 mil. Houve aumento de 12,2% sobre o do mesmo mês de 2024, quando registrou R$ 80,37 mil. A alta ratifica a capacidade financeira do participante em assumir compromisso com créditos de maior valor, assegurando fortalecimento dos negócios realizados no mês.
“Os vários indicadores do Sistema de Consórcios demonstram um cenário altamente positivo nos dois primeiros meses do ano significando um comportamento de interesse do brasileiro em viabilizar seus objetivos pessoais, profissionais, familiares e, até mesmo, empresariais”, comenta Rossi. “A educação financeira tem sido o pilar da gerência das finanças pessoais, modificando atitudes passadas como aquisições por impulso e desorganização no orçamento mensal, em condutas corretas nas decisões por novos compromissos”, conclui.
Há seis décadas, o Sistema de Consórcios caracteriza-se por procedimentos sérios apoiados em planejamento visando concretização de objetivos como a evolução patrimonial ou melhoria da qualidade de vida. Rossi sintetiza pontuando que “o mecanismo, originariamente brasileiro, está cada vez mais atual na nossa cultura financeira”.
Detalhes dos indicadores
Adesões
As 802,62 mil adesões, acumuladas no bimestre, advieram dos setores: 318,63 mil de veículos leves; 234,91 mil de motocicletas; 186,35 mil de imóveis; 29,51 mil de veículos pesados, 24,54 mil de eletroeletrônicos; e 8,69 mil de serviços.
Dos seis segmentos onde o consórcio está presente, cinco assinalaram evolução nas comercializações: eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, com 147,9%; imóveis, com 47,3%; veículos leves, com 21,9%; motocicletas, com 21,3%, e serviços, com 18,3%. Apenas um apontou retração: veículos pesados, com -24,3%, cuja recuperação já se faz notar quando comparamos fevereiro deste ano com fevereiro de 2024.
Contemplações
Nos dois meses iniciais, os 344,68 mil consorciados contemplados estiveram assim divididos: 144,92 mil de motocicletas; 137,91 mil de veículos leves; 26,45 mil de imóveis; 19,04 mil de veículos pesados; 9,59 mil de eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 6,78 mil de serviços.
Participantes ativos
O montante de cotas ativas em cada segmento ficou assim distribuído: 42,8% nos veículos leves; 26,8% nas motocicletas; 19,4% nos imóveis; 7,6% nos veículos pesados; 2,3% nos eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 1,1% nos serviços.
A presença dos 11,41 milhões de participantes ativos do consórcio, setor por setor, ficou assim disposta: 4,88 milhões em veículos leves; 3,06 milhões em motocicletas; 2,21 milhões em imóveis; 870,32 mil em veículos pesados; 263,66 mil em eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 122,48 mil em serviços.
Perspectivas do consórcio para 2025
Os estudos econômicos realizados pelo economista da ABAC, Luiz Antonio Barbagallo, no final do ano passado, revelaram uma projeção ponderada de crescimento este ano para o Sistema de Consórcios de até 8,0%. Nos diversos segmentos, nos quais a modalidade está presente, as perspectivas ficaram assim: 20,0% para os imóveis, 10,0% para veículos pesados, 6,0% para os veículos leves, 2,0% para as motocicletas, 23,0% para os eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, e 10,0% para os serviços.
“Mesmo tendo sido completado apenas o primeiro bimestre do ano”, ressalta o presidente executivo da ABAC, “os indicadores de crescimento do Sistema de Consórcios já registraram percentuais de vendas de cotas acima do projetado. Bastante singulares, os dados assinalaram níveis promissores, porém, vale a cautela em considerar que faltam ainda dez meses para conclusão do ano, inclusive para a reversão de tendência para os veículos pesados”, finaliza.
A potencial presença dos consórcios na cadeia produtiva
Um resumo do consórcio em alguns elos da cadeia produtiva brasileira, durante janeiro e fevereiro, pode ser aferido pelos volumes financeiros disponibilizados ao mercado, através das contemplações. O sistema atingiu 41,3% de possível presença no setor de automóveis, utilitários e camionetas. No de motocicletas, houve 47,1% de possível participação, e no de veículos pesados, a relação para caminhões foi de 41,5%, no mês.
No segmento imobiliário, durante o mês de janeiro deste ano, as contemplações representaram potenciais 24,0% de participação no total de 50,67 mil imóveis financiados, incluindo recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e os consórcios, potencialmente um imóvel a cada quatro comercializados.