Brasil é destaque no crescente mercado de GovTechs

Nos avanços da tecnologia aplicada ao setor público, o Brasil se destaca como protagonista no ecossistema GovTech. Assim como uma engrenagem que se ajusta e evolui diante da necessidade de movimento, o mercado brasileiro de soluções tecnológicas para governos tem demonstrado crescimento acelerado e consistência, impulsionado pela combinação de fatores internos e externos.

Com mais de 5.500 municípios, o país enfrenta diversos desafios administrativos, sociais e econômicos. Tal diversidade cria um terreno propício para o desenvolvimento de soluções inovadoras, que otimizam a gestão pública, aumentam a eficiência operacional e garantem maior transparência nos processos governamentais.

A digitalização tem sido um dos pilares dessa evolução, como demonstra o portal gov.br, que hoje centraliza mais de 4.000 serviços públicos digitais, promovendo acessibilidade e desburocratização.

O setor GovTech brasileiro também foi reconhecido pelo GovTech Maturity Index 2022, relatório do Banco Mundial que destaca o país como um dos mais eficientes da América Latina em soluções digitais para o setor público. Esse protagonismo auxiliado por uma legislação favorável – como o marco legal das startups – e de iniciativas que promovem parcerias entre startups e governos, facilitando a contratação de inovação pelo setor público.

Entre as principais áreas de atuação das GovTechs no Brasil estão soluções para gestão pública, educação, saúde, mobilidade urbana e segurança. “Iniciativas de impacto, como o Colab, reconhecido internacionalmente por sua abordagem inovadora em participação cidadã, e a Aprova Digital, que recebeu o maior aporte financeiro já registrado para uma GovTech nacional, são exemplos do dinamismo do setor”, explica Diogo Catão, CEO da Dome Ventures.

Apesar dos avanços, o mercado ainda enfrenta desafios significativos. A burocracia na contratação de soluções inovadoras, a resistência à mudança e as limitações de financiamento são algumas das principais barreiras. “Para superá-las, iniciativas como programas de aceleração, novos fundos de investimento e mecanismos de incentivo – como o CPIN (Compras Públicas para Inovação) – têm sido adotadas para fortalecer o ecossistema GovTech. O apoio de programas de aceleração promovidos por venture builders, que preparam startups para concorrer com grandes empresas, auxilia na redução desses entraves”, diz Catão.

Mapa Govtech, realizado pelo BrazilLab, em parceria com a Oracle, mostra que o Brasil possui mais de 400 startups e PMEs atuando no sistema GovTech, com mais de 300 iniciativas para o poder público em andamento.

“O Brasil deixou de ser apenas um consumidor de inovações no setor público para ser um exportador de soluções escaláveis para outros mercados. Com um ecossistema de startups e investidores cada vez mais robusto, o país está consolidando sua posição no cenário global como referência em tecnologia aplicada à gestão pública. A tendência é que essa engrenagem continue girando, impulsionando transformações que beneficiam não apenas o Brasil, mas todo o setor GovTech ao redor do mundo”, finaliza o executivo.

DINO