Ataques de Tambaqui transformam férias em pesadelo em Bonito-MS

Ataques de Tambaqui transformam férias em pesadelo em Bonito-MS

Bonito, conhecida como a “capital nacional do ecoturismo”, vive dias de tensão após uma série de ataques de peixes da espécie tambaqui em um de seus principais pontos turísticos, a Praia da Figueira. O que deveria ser um momento de lazer e contemplação da natureza para visitantes virou trauma, com relatos de ferimentos graves, amputações e um balneário interditado por tempo indeterminado.

Desde o início de 2025, pelo menos 30 pessoas procuraram atendimento médico na rede de saúde local relatando mordidas de peixes. Mais de 80% dos incidentes ocorreram na Praia da Figueira, uma lagoa artificial onde espécies como tambaqui, pacu e dourado foram introduzidas para atrair turistas. Entre os casos mais graves, uma professora aposentada de 61 anos perdeu parte de um dedo ao ser atacada enquanto relaxava em um dos quiosques molhados do balneário. Outro turista, vindo de São Paulo, levou nove pontos nos dedos e declarou: “Não volto nunca mais”.

O tambaqui ( Colossoma macropomum ), nativo da Amazônia, é conhecido por sua alimentação à base de sementes e frutos duros, o que explica a força de sua mordida. Especialistas, como o biólogo José Sabino, da Universidade de Campinas (Unicamp), apontam que a introdução dessa espécie na bacia do Alto Paraguai, onde Bonito está localizada, é a raiz do problema. “O tambaqui não é natural dessa região. Em um ambiente artificial e com alta concentração de turistas, ele pode se confundir e atacar”, explica Sabino.

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A situação escalou o ponto do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) interditar parcialmente o balneário em 26 de março. Apesar de algumas áreas terem sido liberadas dias depois, a lagoa da Praia da Figueira segue fechada, afetando o turismo local em plena alta temporada. A prefeitura de Bonito acionou o governo estadual e a Fundação de Turismo, cobrando medidas urgentes para adequar o atrativo às normas de segurança e preservação da imagem da cidade.

Entre as vítimas, histórias de frustração e medo se multiplicam. Jaqueline, uma turista gaúcha de 53 anos, teve parte do dedo amputada em janeiro, durante férias com a família. “Não havia nenhum aviso sobre o perigo. Foi um pesadelo”, desabafou. Já Luciana Gomes, comerciante de São José do Rio Preto (SP), relatou ao hospital local que os ataques são ocasionais, mas pouco se fez até agora para evitar novos casos.

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A Fundação de Turismo acompanha a situação e promete soluções, mas o impacto já é sentido. Bonito, que atrai milhares de visitantes anualmente por suas águas cristalinas e biodiversidade, agora enfrenta o desafio de equilibrar a segurança dos turistas com a preservação de sua fama. Enquanto isso, o tambaqui, um peixe criado em cativeiro por sua adaptabilidade, deixa um rastro de vítimas e uma pergunta no ar: como transformar esse pesadelo em um recomeço para o paraíso do ecoturismo brasileiro?

Gilmar Ferreira

Gilmar Ferreira

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