Se até um policial treinado erra sob pressão, o que esperar do cidadão comum?

O episódio ocorrido na noite de domingo em Ponta Grossa, envolvendo o vereador Marcelo Aparecido de Barros, o Professor Careca, evidencia uma das muitas nuances perigosas do porte e uso de armas de fogo, mesmo por pessoas treinadas. O disparo acidental feito por seu próprio genro, um policial militar, levanta uma questão crucial: se até profissionais experientes e treinados estão sujeitos a esse tipo de erro, o que se pode esperar do cidadão comum?
A situação, segundo os relatos, era tensa e envolvia uma ameaça potencial. O policial, tentando proteger seu sogro de um possível ataque, reagiu de forma rápida — como provavelmente foi treinado para fazer. No entanto, mesmo com experiência, acabou ferindo quem tentava proteger. É um erro trágico, mas infelizmente não raro quando armas estão envolvidas em ambientes de estresse extremo.
Policial Militar erra a mira e atira em sogro vereador durante briga
Esse tipo de incidente reforça o debate sobre o armamento da população civil. Muitos defendem o direito ao porte como forma de proteção pessoal, mas esquecem que manusear uma arma com responsabilidade exige mais do que um breve curso de tiro. Exige sangue frio, preparo psicológico, treinamento contínuo e, ainda assim, está longe de eliminar o risco de acidentes ou de decisões precipitadas.
Se um policial militar, acostumado com o uso da arma e com treinamento específico, erra em um momento crítico, o que dizer de um cidadão comum, cuja experiência com armas se resume, muitas vezes, a poucas horas em um estande de tiro? A presença de uma arma, em vez de garantir segurança, pode acabar ampliando o risco de tragédias.
É preciso repensar com seriedade o discurso da autodefesa armada como solução universal. Casos como esse mostram que o problema não é só quem porta a arma, mas como, quando e em que condições ela é usada.