Foragido, comentarista da Jovem Pan Paulo Figueiredo surge em mensagens de Mauro Cid

Foragido, comentarista da Jovem Pan Paulo Figueiredo surge em mensagens de Mauro Cid

Paulo Figueiredo Filho é economista, influenciador digital e ex-comentarista da emissora Jovem Pan, onde ganhou notoriedade por defender pautas alinhadas ao bolsonarismo. Com forte presença nas redes sociais, ele mantém um canal no YouTube com mais de 450 mil inscritos, onde critica instituições democráticas, promove desinformação e apoia ações da extrema-direita.

Figueiredo também é neto do general João Figueiredo, último presidente do regime militar instaurado pelo golpe de 1964. Durante seu governo (1979–1985), o general sancionou a Lei da Anistia — que beneficiou tanto opositores perseguidos quanto agentes da ditadura acusados de tortura — e encerrou o bipartidarismo. Paulo é filho do primogênito do ex-presidente.

No contexto dos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, Paulo Figueiredo teve papel ativo e passou a ser investigado pela Polícia Federal. Ele foi um dos 40 indiciados por envolvimento na tentativa de golpe de Estado. Segundo relatório da PF, ele foi responsável por disseminar fake news e incentivar ataques contra comandantes militares que se posicionavam contra a ruptura institucional.

A PF aponta que, dentro do núcleo que buscava mobilizar apoio de militares ao golpe, Figueiredo se destacou por sua “capacidade de penetração no meio militar”, ligada diretamente ao seu sobrenome e legado familiar. Ele teria divulgado informações falsas com o objetivo de incitar integrantes das Forças Armadas contra os próprios comandantes, incentivando a adesão ao movimento golpista.

Um dos episódios mais reveladores de sua atuação ocorreu no próprio dia 8 de janeiro. Às 16h36, em meio à invasão violenta às sedes dos Três Poderes em Brasília, Figueiredo enviou uma mensagem ao tenente-coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. No texto, ele pedia que Bolsonaro se manifestasse contra os ataques:

“Estupidez sem tamanho. O presidente Bolsonaro precisa se manifestar contra isso AGORA. Pelo amor de Deus. Eu estou no ar na Jovem Pan.”

A mensagem foi repassada a Bolsonaro por Mauro Cid, que, segundo troca de mensagens obtida pela PF, respondeu:

“Não vai [se manifestar]… Acabei de falar com ele. Isso já deixou de ser por ele. O povo já não aguenta mais tanta arbitrariedade.”

Bolsonaro permaneceu em silêncio até as 21h17, quando a situação já estava sob controle e o governo federal havia decretado intervenção na segurança pública do Distrito Federal. Em uma publicação nas redes, ele repudiou os atos, mas comparou a invasão a protestos da esquerda de anos anteriores, relativizando a gravidade do episódio.

Mais tarde, Paulo Figueiredo afirmou que Bolsonaro “felizmente ouviu o seu conselho”, embora de forma tardia. Ele também passou a criticar as investigações da PF e da Procuradoria-Geral da República, classificando-as como perseguição política.

Hoje, Figueiredo é apontado como um dos articuladores civis da tentativa de golpe, utilizando sua visibilidade pública e influência no meio militar para incentivar a quebra da ordem democrática.

Fonte: DCM

Redação O Diário de Maringá

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