Novo mantém Cris Lauer e joga código de conduta no lixo?

Novo mantém Cris Lauer e joga código de conduta no lixo?


Por Gilmar Ferreira

O Partido Novo nasceu prometendo ser diferente. Mais que um partido, se apresentou como uma causa, a de renovar a política brasileira com ética, responsabilidade e compromisso com o interesse público. Mas diante da recente condenação da vereadora Cris Lauer por improbidade administrativa, a legenda se vê diante de um dilema que colocará à prova tudo o que sempre pregou: vai agir com coerência ou vai repetir o roteiro dos partidos tradicionais que tanto critica?

A resposta até aqui é incômoda. A vereadora segue filiada, como se a condenação por improbidade, a mesma que o próprio código de conduta do NOVO repudia expressamente, não tivesse importância. Só isso já seria um escândalo ético. Mas é ainda mais grave vindo de um partido que fez da integridade sua bandeira principal.

Está tudo no Código de Conduta do Partido Novo, não é opinião, é regra interna. O artigo 4º é direto: os filiados devem zelar pelo respeito à Lei de Improbidade Administrativa. O artigo 3º exige conduta pessoal e profissional compatível com os princípios do partido. E o artigo 6º obriga os mandatários a manterem ética, decoro e defenderem a imagem da legenda. Como conciliar esses mandamentos com uma condenação por improbidade?

Não há conciliação possível. A permanência de Cris Lauer no partido é uma mancha moral no discurso da legenda. Se o NOVO não tomar providências, estará traindo seus próprios eleitores, que acreditaram no discurso de ruptura com a velha política.

A sociedade está cansada de partidos que se dizem diferentes mas agem como iguais quando chega a hora da verdade. A omissão do NOVO diante desse caso será vista, com toda razão, como cumplicidade. E não basta alegar que a vereadora ainda pode recorrer. O partido não está julgando no âmbito penal ou cível, está avaliando se ela ainda representa seus valores. E a resposta é evidente: não representa.

Coerência custa caro. Custa perder quadros, enfrentar crises internas, lidar com desgastes. Mas não há renovação possível sem coragem de cortar na própria carne.

Se o Partido Novo quiser continuar se dizendo novo, precisa agir como tal. Expulsar Cris Lauer não é perseguição. É coerência. E, neste caso, coerência é a única forma de não se tornar apenas mais um partido velho com nome de novo.

Gilmar Ferreira

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